Da REDAÇÃO
O prefeito de Macapá, Clécio Luís, quer aproveitar o crescente interesse do mundo pela Amazônia para estabelecer parcerias internacionais e trazer iniciativas tecnológicas para a capital amapaense alinhadas com a emergente economia de baixo carbono.
Por isso, ele foi à Nava York, no Estados Unidos, onde ocorrerá no próximos dias uma série de encontros na Semana do Clima, evento organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A programação reúne governantes e especialistas em tecnologia ambiental do mundo todo.
O evento contará com mais de 150 eventos de compartilhamentos de soluções e colaboração intersetorial na área climática, ocorrendo em paralelo à Assembleia Geral da ONU e também à Cúpula do Clima.
Logo na segunda-feira (23), Clécio participou do painel “Brasil e o futuro da Floresta tropical”, e integrou ainda a reunião pela aliança para combater a mudança climática e manter o aumento da temperatura global dentro da meta de 1,5°C. Nesta terça, 24, a agenda continua com a reunião com a direção mundial do ICLEI.
Segundo o prefeito, com a negativa do governo brasileiro em fazer a discussão de forma séria sobre os efeitos das mudanças climáticas no mundo, inclusive na Amazônia, muitas organizações estão procurando governos subnacionais (estaduais e prefeitura).
Macapá tem grandes diferenciais, como a floresta preservada, e o Amapá tem a menor taxa histórica de desmatamento e maior área protegida entre os estados da Amazônia, com 73% de preservação, segundo o relatório de monitoramento de desmatamento (PPCDAP 2009).
Nesse contexto de articulação, a Prefeitura de Macapá está interagindo com o Centro Brasil no Clima (CBC), organização não governamental que desenvolve projetos com a União Europeia e poderá ampliar as relações com a Europa, aprofundando parcerias com Caiena e Kourou, cidades da Guiana Francesa que já têm relações de intercâmbio com Macapá.
“Na nossa Amazônia, duas prefeituras se destacaram, a de Macapá e a de Manaus. Além da preservação em si, vale ressaltar que nosso estado é carbono negativo, ou seja, capturamos mais carbono do que despejamos na atmosfera. Isso significa saídas, soluções criativas e sustentáveis para melhorar nossa economia em Macapá. Além do rio Amazonas, a Zona Franca Verde e cadeias produtivas sustentáveis [como a do Açaí]. A grande diferença na nossa participação aqui é que queremos gerar emprego e renda no estado, que é o mais preservado do Brasil”, enfatizou.
A Prefeitura de Macapá integra este cenário, pois assinou um Termo de Cooperação Técnica com o Sesi/Senai para a criação do Circulab, um laboratório para desenvolvimentos de ideias que têm como foco a economia circular, pesquisa em biocombustível a partir de insumos locais, com objetivos para atrair soluções em diversos eixos promissores: bioenergia, reciclagem de resíduos, biotecnologia, capacitação profissional, entre outras.
Também nessa linha estratégica de atuação em rede, Macapá se filiou ao ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, respeitada organização internacional que integra mais de 1.700 governos subnacionais em cerca de 100 países. Em Nova York, Clécio Luís terá reunião com o presidente mundial, Yunus Arikan, visando integrar ações em curso na região amazônica.