Irmã Clara, educadora tradicional do Amapá, morre aos 71 anos

Desde os anos 1980 no Estado, a educadora dirigiu e teve história ligada à escola tradicional do Bairro do Trem
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Faleceu na manhã desta segunda-feira (23) a educadora Elenita de Lourdes Rubin Rubert, mais conhecida como “Irmã Clara”. Irmã Clara tinha 71 anos e uma história de vida que se confunde com a Escola Estadual Santina Rioli, da qual foi diretora por 23 anos.

A sua amiga e diretora adjunta, Maria das Dores Lobato da Silva, de 49 anos, contou que na sexta-feira (20) a irmã reclamou de muitas dores abdominais e que, neste domingo (22), após passar mal e ir até o Hospital São Camilo, Irmã Clara enviou uma mensagem de texto informando que só chegaria na escola após as 10h30, horário em que teria uma consulta com um médico.

Outra professora, que seria a responsável por acompanha-la na consulta, não estava conseguindo contato com Irmã Clara e por isso falou com Maria das Dores para ir até a casa onde a educadora morava, junto com outras irmãs no centro de Macapá.

Portões fechados pelo luto. Escola não teve aula. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN

Por volta das 10 da manhã, ao chegar na casa, a informação era de que ela não saiu do quarto para as orações matinais. Por fim, ao entrarem no quarto, encontraram Irmã Clara já falecida.

O clima entre professores e funcionários na Escola Santina Rioli era de muita comoção. As aulas desta segunda-feira (23) e terça-feira (24) foram canceladas.

“Isso aqui tudo é ela, tem a cara dela, era a vida dela. As flores, os vasos de plantas, cada detalhe. Ela chegava aqui de manhã todos dos dias e só saía de noite. Apesar da idade, era muito autônoma, dinâmica, ativa. Orgulhosa, teimosa, recusava ajuda. Apesar do diabetes e dos pés inchados, sempre foi muito rigorosa, mas nos últimos anos estava um pouco mais maleável. Os socorristas do Samu disseram que ela provavelmente teve um infarto fulminante. É uma grande perda para todos nós, para o Santina Rioli e para a educação amapaense”, declarou emocionada a professora Maria das Dores.

História

Irmã Clara nasceu na pequena cidade de Cruz Alta, no centro do Rio Grande do Sul, e desde muito cedo queria seguir a vida religiosa, o que fez aos 17 anos.

Pátio da unidade de ensino está vazio. Lugar que fez parte da vida da educadora

Mudou-se para São Paulo, onde ficava a sede da Congregação das Irmãs da Nossa Senhora Menina, até se mudar para o Amapá ainda no final de década de 80, quando assumiu a direção da Escola Santina Rioli pela primeira vez.

Essa primeira experiência durou três anos e Irmã Clara só voltaria ao Amapá em 1996. Conta-se que a mesma veio para passar apenas uma temporada, poucos dias, e inclusive tinha passagem de volta marcada.

A temporada porém durou até a manhã desta segunda-feira, quando Irmã Clara, amapaense de coração e símbolo da educação do Estado, faleceu.

O corpo será velado durante esta tarde, na quadra da Paróquia da Igreja Jesus de Nazaré, e na manhã da terça-feira (24), na quadra da Escola Estadual Santina Rioli, no Bairro do Trem, zona sul de Macapá.

Foto de capa: reprodução

Seles Nafes
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