Quando a honestidade é recompensada

Episódio ocorreu na Escola Alexandre Vaz Tavares, na zona sul de Macapá. Gesto rendeu uma medalha ao jovem.
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Por RODRIGO ÍNDIO

O estudante Caio Henrique Moraes Monteiro, de 17 anos, jamais imaginou que um pequeno gesto de honestidade lhe renderia uma enorme recompensa.

Em apenas um dia, ele se tornou o aluno mais popular da Escola Estadual Alexandre Vaz Tavares, na zona sul de Macapá, depois de fazer o que definiu naturalmente como: “fiz o que era certo”.

Caio Henrique devolveu uma nota de R$ 100 que encontrou, na última quarta-feira (18), próximo de um jardim no pátio escola a Ana Carolina Coutinho Lopes, de 15 anos, que apesar de estudar na mesma instituição, nunca tinha visto na vida.

De um gesto de honestidade nasceu uma amizade entre os dois jovens. Fotos: Rodrigo Indinho/SN

Ela contou que depois de ter perdido as esperanças de recuperar os R$ 100 ficou surpresa com o atitude de Caio. Alguns conhecidos chegaram a falar que se achassem a quantia iriam para o supermercado comprar lanches.

“Rodei a escola umas 7 vezes. Comecei a chorar e a me desesperar porque não sabia o que falar pro meu pai. Falei pro diretor que tinha perdido. Um amigo me disse que tinham achado e devolvido. Abracei esse menino que achou e não queria largar mais ele, voltei a chorar quando ele entregou. Achei uma atitude nobre demais e serei eternamente grata porque teve gente que falou que se achasse iria gastar, e ele que eu nem sabia que existia foi honesto comigo. Isso é gratificante”, comentou Carolina Coutinho.

Caio Henrique ganhou até uma medalha do diretor

A atitude surpreendeu o diretor da escola, Ivan Serrão, que publicou a história nas redes sociais e rapidamente virou sucesso. Ele até entregou a ‘medalha da honestidade’ para o jovem.

“Vivemos hoje numa sociedade onde as pessoas perderam muitos valores e como escola a gente tem que valorizar essas atitudes. São pequenos gestos, mas são gestos nobres e devem ser incentivados, devem servir de inspiração para outros jovens. A honraria é para ele nunca esquecer desse momento que é um reflexo da educação passada por seus pais”, comentou o diretor.

Caio Henrique mora com avó no bairro do Trem. Seu pai está desempregado e sua mãe trabalha como atende de uma loja. A quantia encontrada pode parecer pouca, mas ajudaria a custear alguma despesa. O jovem disse que recebeu boa educação e falou porque teve a atitude de devolver o valor.

Após a publicação nas redes, Caio Henrique ficou popular na escola

“Foi o certo a se fazer pois o dinheiro não pertencia a mim, só que tinha que voltar para a mão de quem realmente perdeu. Ouvi que uma menina tinha perdido na escola então procurei o diretor para devolver porque me coloquei no lugar dela e não queria passar pela mesma coisa. Fazer isso me fez feliz”, disse o estudante do 3° ano do ensino médio.

Seles Nafes
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