Por RODRIGO ÍNDIO
Crianças portadoras de anemia falciforme, hemofílicas e com outras patologias relacionadas ao sangue tiraram a manhã desta sexta-feira (11) para agradecer os doadores de sangue do Instituto de Hematologia e Hemoterapia do Amapá (Hemoap). O encontro foi emocionalmente.
Os pequenos que passam por tratamento na unidade de saúde tiveram um dia diferenciado. Eles participaram de uma programação para celebrar o Dia das Crianças que contou com show da “Turminha do Bairro”, pintura facial, oficinas de origami e “hemotur kids”.
Durante o passeio pelos setores da unidade, as crianças conheceram o processo do ciclo do sangue, desde o momento da doação até o armazenamento das bolsas no estoque. Quando a criançada entrou na sala de coleta para agradecer, a doadora Larissa Monteiro Maduro, de 22 anos, não conteve a emoção.
“Me emociono porque um simples gesto pode salvar a vida deles que precisam muito de doações, tenho uma filha de 3 anos e sempre carrego comigo que eu também um dia posso precisar. Quando vi o agradecimento não me contive. Estou super feliz”, contou a autônoma.
Cayo Diogo, de 9 anos, têm anemia falciforme [Má formação nos glóbulos vermelhos] e precisa tomar os remédios hydreia e ácido fólico para não ter crises de dor em todo corpo, que é algo apavorante segundo sua família. Seu sangue é raro, AB+, e ele realiza há seis anos o acompanhamento médico.
Em seu caso só é necessário transfusão de sangue se houver crises devido à falta de remédio. Porém, existem casos de pacientes que necessitam da transfusão todo o mês porque têm doenças agregadas.
A mãe de Cayo, Cleide da Silva, de 36 anos, diz que para esses meninos e meninas manter a vida é o maior presente no dia das crianças.
“Não só meu filho, mas todas as crianças aqui se sentem amadas e amparadas pelas pessoas, não são discriminadas. Essa doença, se a gente não cuida, a criança não passa de 5 anos e a estimativa de vida deles é de até 49 anos, então precisamos sempre do apoio da sociedade e também de mais respeito”, comentou Cleide.
A biomédica, Hellen Bitencourt, trabalha no hemocentro e sabe da importância do doador comparecer para ajudar a quem precisa. Ela já teve um caso como este na família.
“Tive uma experiência de vida com o meu filho que vai completar um ano, ele precisou de muita transfusão e, graças a esses heróis voluntários, ele ficou saudável. Fazer essa ponte traz um enorme sentimento de gratidão pelos doadores. Trazer essas crianças aqui é tentar amenizar um pouco dessa rotina deles, que é constante aqui no nosso hemocentro e para que eles conheçam seus heróis anônimos”, ponderou a biomédica, que também chorou durante a ação.