Grupo questiona eleição de conselheiros em Macapá

Pelo menos 12 irregularidades foram apontados pelos candidatos derrotados. Semast declarou que deu apoio logístico ao pleito
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Por RODRIGO ÍNDIO

Mesmo acontecendo no início do mês de outubro, as eleições para o Conselho Tutelar no Amapá ainda estão dando o que falar. Após serem questionadas nos municípios de Santana, Laranjal do Jari e Tartarugalzinho, ex-candidatos de Macapá pedem a anulação do pleito que definiu a formação do colegiado no mandato 2020-2024.

A denúncia do grupo aponta pelo menos 12 irregularidades que vão da troca de nomes de candidatos nas urnas à utilização de aparelhamento públicos por candidatos para fazer campanha, o que é proibido.

Ex-candidatos querem anulação do pleito. Fotos: Rodrigo índio/SN

A comissão que apresenta denúncia é composta por 61 ex- candidatos, o que representa cerca 70% dos que estavam aptos a serem votados para os conselhos das zonas sul e norte da capital amapaense.

Segundo Diego Santos, o objetivo é invalidar o pleito, realizado no domingo (6), em virtude dos inúmeros casos de irregularidades observados nos locais de votação, como falta do nome de eleitores no caderno de votação a transporte ilegal e compra de votos.

“Decidimos entrar com uma petição judicial na 1ª Vara Cível pedindo que seja avaliado todos os fatos ocorridos no dia 6. São denúncias graves que a gente tem solicitado que o Ministério Público aja de forma forte e efetiva para combater essas irregularidades”, comentou o ex-candidato.

Ex-candidato, Diego Santos: denúncias graves

Diego afirma ainda que quatro dias após a eleição, a Secretaria de Assistência Social e do Trabalho (Semast), onde foi feita a apuração da votação, supostamente foi arrombada e foram levados os HDs e pen drives com dados da pasta e informações da eleição.

“A gente comprovou também estruturas políticas apoiando candidatos, em alguns casos até em programas de TV em que o apresentador diz que seu grupo político elegeu um candidato na zona norte e outro na zona sul, e segundo o edital é proibida a veiculação partidária. A gente vem pedindo essa nulidade do processo eleitoral”, acrescentou.

A comissão afirma também que têm provas de que a prefeitura de Macapá influenciou diretamente no pleito.

“Era pra prefeitura apenas apoiar o CMDCA na regulação da eleição, mas não foi isso que aconteceu. A própria Semast tomou frente da eleição, uma coisa que é um absurdo. Tudo isso culminou numa série de irregularidades que foram peticionadas e vai ser apreciada na segunda-feira (21), na 1ª Vara Cível”, finalizou Diego Santos.

Apuração ocorreu na sede da Semast. Foto: ascom PMM/arquivo

Cleverton Nélio, foi candidato na zona sul e diz ser vítima da desorganização da eleição. Ele conta que quando chegou para votar na escola Lucimar Amoras ele teve uma surpresa, seu nome não constava no caderno de votação.

“Não apareceu meu nome no caderno de votação e não tinha ata para registrar que eu queria votar em mim e não podia. Falaram que eu não ia votar e não podiam fazer nada. Vi que tudo estava bagunçado, não aconteceu só comigo, mas também com outros candidatos. É lamentável e queremos uma nova eleição pela forma porca e desrespeitosa que foi feita essa de 2019”, desabafou.

Cleverton Nélio: nome não estava no caderno de votação

Semast

Procurada pelo Portal SN, a Secretaria Municipal de Assistência Social e do Trabalho (Semast) esclareceu que a apuração das urnas da eleição para escolha dos membros do Conselho Tutelar de Macapá contou com a presença do Ministério Público Estadual (MPE) e OAB atuando do início ao fim com objetivo de garantir a transparência e seriedade do processo.

Afirmou ainda que atuou apenas como responsável pela execução da infraestrutura da eleição. A Comissão Especial Eleitoral, composta por membros do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), foi responsável pela condução do processo.

Sobre o uso de veículos da gestão, a pasta detalhou que foi destinado apenas ao apoio logístico de servidores do Município que atuaram na eleição.

Destacou ainda, que foram cerca de 300 servidores envolvidos em atividades diversas para garantir que o pleito acontecesse.

Seles Nafes
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