Deputada responderá por notas fiscais frias na 1ª instância

MP do Amapá sustenta que Telma Gurgel usou notas frias para justificar recebimento de dinheiro
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Por SELES NAFES

O Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) mandou voltar para a primeira instância a ação penal contra a deputada estadual Telma Gurgel (PRB). A decisão foi do desembargador Gilberto Pinheiro.

Telma Gurgel é acusada de se apropriar de dinheiro da verba indenizatória emitindo notas frias. Os crimes teriam ocorrido em 2011.

Consta na denúncia que num período de apenas um ano, a parlamentar solicitou da Alap o pagamento de quase R$ 1 milhão da verba indenizatória.

Entre junho e dezembro de 2011, a deputada apresentou notas fiscais emitidas pela empresa Dielle, especializada em panificação. As notas variavam entre R$ 7 mil e R$ 8 mil, totalizando quase R$ 50 mil.

Além do gasto com gêneros alimentícios ser proibido com uso da verba indenizatória, chamou a atenção do MP a descrição dos produtos adquiridos em apenas 7 meses: 1,2 mil almoços e 1,8 mil lanches.

O MP sustenta a tese de fraude, já que em depoimento a representante da empresa assegurou que forneceu lanches para a deputada somente a partir de 2012, e que as notas de 2011 teriam sido emitidas sem o seu conhecimento pelo contador Ademir dos Santos Júnior.

O contador foi chamado para prestar depoimento pelo MP, mas não compareceu. Ele responde por peculato, assim como o ex-presidente Moisés Souza, o ex-deputado Edinho Duarte e outros ex-gestores da Casa.

Em 2011, Telma teria comprado 1,8 mil lanches e 1,2 mil almoços em sete meses. Fotos: Arquivo SN

Telma Gurgel responde por peculato, falsidade ideológica, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

O desembargador Gilberto Pinheiro entendeu que os crimes teriam ocorrido durante o mandato anterior de Telma, e que, por isso, ela não gozaria da prerrogativa da função, o chamado “foro privilegiado”, conforme recente entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF).

O STF convencionou que só podem ser julgados por tribunais chefes de poderes, desde que sejam denunciados por um procurador de justiça.

O Portal SelesNafes.Com tenta contato com a assessoria ligada à família Gurgel. A deputada é mãe do deputado federal Vinícius Gurgel.

Este semana, um outro processo envolvendo o ex-presidente da Alap, Júnior Favacho (DEM), também voltou para a primeira instância. 

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