Por SELES NAFES
Logo após aceitar convite do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para ser o novo vice-líder do governo no Congresso Nacional (que inclui a Câmara e o Senado), o senador Lucas Barreto (PSD-AP) ocupou a tribuna do Senado, nesta terça-feira (19), para pedir a revogação da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca).
Com a exploração sustentável da região, o senador defende que o Amapá seja um grande exportador mundial de fosforo, mineral fundamental na agricultura.
Hoje, o Brasil compra de outros países 50% da matéria prima usada na fabricação de adubo, especialmente o fosfato. A maior mina desse mineral está dentro da Renca, ocupando três gigantescas montanhas a 134 km de Laranjal do Jari, mas também compreendendo terras do Pará.
Com abertura para exploração, diz o senador, os incentivos fiscais da Zona Franca Verde do Amapá permitirão a instalação de indústrias para extrair, beneficiar e exportar o mineral, além de atender a própria demanda nacional.
Fim da atuação ideológica
Em 1984, o Brasil criou a Renca com 4,6 milhões de hectares por meio de decreto presidencial para garantir uma espécie de “poupança” de recursos minerais. Para Lucas, chegou a hora de revogar o decreto e permitir a exploração responsável não apenas de fosforo, mas de outros minerais como níquel, titânio, ferro ouro, cobre e outros que irão desenvolver o Amapá, Pará e até o Platô das Guianas.
“Respeitamos e queremos que muitos no Brasil e no mundo falem da Amazônia. O que não aceitamos mais é o silêncio ante nossa pobreza e nossa existência como senhores da nossa grande floresta”, disse.
Para Lucas, ao revogar a Renca, Bolsonaro colocará fim à atuação ideológica das ongs e ao intervencionismo do Estado na mineração que ele chamou de “desastroso”.
“Ironia e crítica à parte, o que falta mesmo é um debate qualificado que permita a todos, e, em especial, a população e os governos do Pará e Amapá conhecerem o potencial das riquezas minerais dessa reserva e seus limites, e como, e pela melhor forma e com sustentabilidade, poderão contribuir para o desenvolvimento econômico e social desses estados e do próprio Brasil”.
Em 2017, o então presidente Michel Temer chegou a revogar o decreto da Renca, mas, pressionado pelas ongs e pela imprensa, acabou voltando atrás.