Niro Higuchi deu palestra em universidade no Amapá. Ele é membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima, que divide o Prêmio Nobel da Paz de 2007 com o ex-vice presidente dos EUA, Al Gore
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Niro Higuchi, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), declarou que o Amapá, por ser um estado carbono negativo e ter altas taxas de preservação, deveria ser premiado financeiramente pelo Estado brasileiro e pela comunidade internacional.
A afirmação foi feita pelo engenheiro ambiental ao PortalSelesNafes.com logo após palestra realizada no auditório da Universidade Estadual do Amapá (Ueap), na tarde desta quarta-feira (30), no centro de Macapá.
Niro Higuchi esteve no Amapá esta semana. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN
O professor Niro Higuchi, que é pós doutor pela Michigan State University, é membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima, que divide o Prêmio Nobel da Paz do ano de 2007 com o ex-vice presidente dos Estados Unidos, Al Gore, por esforços para colocar a agenda das mudanças climáticas no panorama de preocupações mundiais.
“O certo é incluir os serviços ecossistêmicos que o Amapá faz à Amazônia, ao Brasil e ao mundo. Quer dizer, você ter algum retorno da proteção, premiar a proteção. Agora, infelizmente, ainda que demore, eu tenho que insistir nisso. Imagina que alguém fale para os amapaenses que não adianta preservar, porque vocês estão ferrados ou algo assim, não pode cair nessa, isso seria horroroso. Tem que persistir, é urgente que o Estado intervenha nisso, e quando eu digo estado é o governo federal principalmente e também a comunidade internacional. É premiar quem protegeu a floresta. O correto, moralmente, é que quem fez o dever de casa receba os dividendos”, afirmou o pesquisador.
Para pesquisador, preservação de recursos naturais do AP deveria receber premiação. Foto: reprodução
Crédito de carbono
Um dos serviços ecossistêmicos a que Niro Higuchi se refere é o sequestro de carbono da atmosfera, onde o Amapá é o único estado do país carbono negativo, ou seja, que absorve mais CO2 (gás carbônico) do que emite.
“Temos que insistir nisso. Pressionar e regulamentar legislações que possam alavancar o mercado de créditos de carbono e também de compensações financeiras, para o Amapá sair ganhando e outros estados terem que imitar o Amapá, e não o contrário”, finalizou o professor.
Palestra aconteceu o auditório da Ueap. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN
A palestra é parte das atividades que a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Setec) está organizando para a formação em temas relevantes de gestores, professores, trabalhadores e alunos do circuito de ciência de tecnologia e da educação do Estado do Amapá.
