Oficial fardado é investigado por tapa em rosto de garota

O caso, que é investigado pela Delegacia das Mulheres, teria ocorrido na quarta-feira (27), no estacionamento de um supermercado da zona norte de Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

A Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher (DECCM) investiga um caso de agressão policial que teria ocorrido na tarde de quarta-feira (27), no estacionamento de um supermercado da zona norte de Macapá.

Uma estudante do ensino médio teria sido agredida por um oficial da Polícia Militar do Amapá com um tapa no rosto.

Nathany Ellen do Rosário Ramos, de 18 anos, aluna da Escola Estadual Esther Virgolino, localizada no bairro São Lázaro, contou que, por volta das 14h30 horas, saiu da escola em direção ao supermercado mais próximo.

Vítima: Nathany Ellen do Rosário Ramos, de 18 anos, é aluna da Escola Estadual Esther Virgolino. Fotos: Marco Antônio P. Costa

Poucos metros à frente, na faixa de pedestres, ela e sua prima, que também é colega de escola, fizeram o sinal para atravessarem a rua. Segundo ela, todos os veículos pararam, exceto uma motocicleta, que era conduzida pelo tenente da PM, Ângelo Santos.

Com a motocicleta passando bem rápido, Nathany teria exclamado em voz alta “ô, tem que parar”. A partir daí teria começado o problema. Ainda segundo a estudante, o homem que conduzia a motocicleta deu a volta e começou a xingar as duas moças com palavras de baixo calão.

Com medo e percebendo que o mesmo estava vestido farda da PM, as duas caminharam mais rápido e entraram no estacionamento do mercado. Contudo, o policial foi atrás. Lá, ele teria encurralado as mesmas com a moto, descido e deferido um tapa contra o rosto de Nathany Ramos.

A prima da menina agredida, que testemunhou tudo, prestou depoimento na presença da sua responsável

Depois disso, com a intervenção de populares que acompanhavam a sequência de insultos proferidas pelo policial, um mototaxista interviu e ajudou as moças. Mas, a intervenção teria deixado o policial ainda mais enfurecido e ele, então, teria sacado a arma e apontado em direção às vítimas.

Testemunha

Jislanne Martins da Silva, de 27 anos, é funcionária do supermercado. Estava no ponto de ônibus bem em frente ao empreendimento e presenciou todo o ocorrido. Ela conta que ficou assustada com a violência dos xingamentos e que viu o tapa, assim como vários populares.

Jislanne Martins da Silva ficou indignada com a agressão e fez questão de testemunhar

“Ela veio andando, saindo da faixa e o senhor na moto acompanhando ela, xingando, após ela entrar no estacionamento. Em momento algum ela falou alguma coisa pra ele, ela só continuou andando e ele simplesmente entrou pela contramão, desceu da moto e deu um tapa na cara dela. O mototaxista percebeu que ele queria fugir e retirou a chave da moto do PM, que reagiu tirando uma arma da mochila”, contou a testemunha.

Jislanne falou ainda que se colocou no lugar das meninas e imaginou o medo e o pânico que devem ter sentido. Por isso, fez questão de ir até à Delegacia de Mulheres testemunhar sobre o caso.

Defesa

O tenente Ângelo Santos preferiu não gravar entrevista, mas orientou o seu advogado, Max Baía, a falar com a reportagem do Portal SelesNafes.

A defesa alega que houve troca de xingamentos verbais oriundos de uma briga de trânsito. O advogado também afirmou que o oficial não teria tido tempo de parar a moto, pois “estava muito em cima da faixa”. Também afirmou que o policial também foi xingado “em sua honra”, por isso retornou.

Max Baía, advogado do policial acusado: cliente as afastou, mas sem dar tapa

Segundo o advogado, o seu cliente explicou que dentro do estacionamento os ataques por parte das estudantes ficaram mais ásperos e que ele apenas as afastou, mas sem dar tapa.

Quanto ao ter sacado a arma, o policial alega que se assustou com o mototaxista que pegou a chave da sua moto e pensou que pudesse, inclusive, estar sendo furtado, por isso, a arma foi sacada, de forma preventiva.

Delegado

O caso foi registrado na Delegacia de Mulheres e o delegado Renato Gerepe esclareceu que o policial não ficou detido por se tratar de um crime de menor potencial ofensivo. Ele classificou o caso como lesão corporal leve e injúria.

O tenente Ângelo Santos assinou um termo de comparecimento em audiência futura e foi liberado. A primeira audiência sobre o caso está agendada para o próximo dia 10 de dezembro.

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