Amapaenses se comovem e ajudam família que vive em mata de Macapá

A corrente do bem arrecadou alimentos, roupas e outros itens para ajudar à família do catador de latinhas Gonçalo Trindade, que mora em um barraco feito com galhos de árvores e lonas de plástico
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Por RODRIGO ÍNDIO

Uma verdadeira corrente do bem arrecadou alimentos, roupas, brinquedos e outros itens para ajudar à família do catador de latinhas Gonçalo Trindade, de 48 anos, que mora em um barraco feito com galhos de árvores e lonas de plástico, numa mata próximo ao Canal do Jandiá, na zona norte de Macapá. A entrega ocorreu no domingo (29) à tarde.

Alguns doadores decidiram levar pessoalmente a contribuição. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Após um dia da história ter sido contada pelo portal SelesNafes.com, diversas pessoas decidiram se unir para amenizar um pouco do sofrimento da família vista com olhar de preconceito pela sociedade.

Foi necessário um caminhão para transportar os itens doados por internautas. O vigilante desempregado Danielson Josaphat foi quem coordenou a entrega. Outras pessoas decidiram levar pessoalmente a contribuição.

Muitos mantimentos, alimentos…

…brinquedos…

….. e outros itens foram doados

As doações tiveram que ser levadas em carros e em um caminhão

Ao chegar no caminho que leva até a tenda na área de mata, as pessoas foram recepcionadas com um forte abraço dado por cada integrante da família. Num trabalho de “formiguinhas” as doações foram levadas ao casebre.

Lá, os novos amigos de seu Gonçalo e de sua família, tomaram um “choque” de realidade e passaram a refletir sobre a vida. Todos ali se emocionaram ao ver as condições do local em que vive a família e deram uma bíblia nas mãos do catador, que disse ter sido o melhor presente já recebido.

Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas no dia a dia, todos deram as mãos e fizeram uma grande oração de agradecimento pela vida.

Ao chegar no caminho que leva até a tenda na área de mata…

… as pessoas foram recepcionadas com um forte abraço de seu Gonçalo e sua família

“É muita emoção e alegria saber que têm muitas pessoas que não nos viram com olhar de preconceito por sermos humildes e de aparência não muito agradável. Claro, agradecer a Deus por estar enviando todos esses filhos para ajudar a gente. Essa bíblia e essas doações vão fazer a gente ter mais um pouco de paz, sossego e amenizar a nossa fome. Eu vou até para a igreja de ‘beca’ nova. Sou só felicidade”, agradeceu seu Gonçalo.

Quem também ficou bastante feliz foi o pequeno Samuel, menino autista neto de seu Gonçalo. Ele que só tinha um carrinho para brincar, ganhou guloseimas, uma bicicleta, roupas, livros, a tão desejada sandália, e uma caixa cheia de brinquedos.

Num trabalho de “formiguinhas”…

… as doações foram levadas ao casebre

“Obrigado gente, valeu mesmo, vou dormir com eles [brinquedos]”, disse o inocente menino.

A esposa de seu Gonçalo, dona Rosinete Pinto, de 50 anos, chorou bastante quando viu que teria o que comer por um bom tempo com a família. Já tranquilizada, ela respondeu à reportagem sobre os comentários dela ter sido professora e ter deixado a profissão para entrar no mundo das drogas.

“Trabalhei por anos no contrato, dava aula na educação infantil mas terminou o contrato, não foi por drogas como o povo tá, lamentavelmente, falando. Não sei se tenho direito a algum benefício porque como eu passei e, passo mal, de saúde, não tive como correr atrás de algo que é incerto. Minha vida é assim porque tive que deixar de trabalhar”, explicou.

Ao ver o neto feliz com os brinquedos que ganhou…

… seu Gonçalo era só alegria

Ela também agradeceu às doações.

“Mesmo com tanta gente fazendo julgamentos de nós, estamos felizes por receber essa ajuda e por saber que ainda existem pessoas boas de coração. Só Deus para retribuir toda essa ajuda, o que podemos ofertar é nossa gratidão. Meu muito obrigado, nosso ano novo já vai começar bem”, acrescentou ao garantir ter esperança de uma vida melhor.

Dona Rosinete Pinto: “estamos felizes por receber essa ajuda e por saber que ainda existem pessoas boas de coração”

Danielson Josaphat, que iniciou a campanha, era só felicidade ao fazer a entrega.

“A cada um que contribuiu: meu muito obrigado! Peço aos que fizeram doações de cama, geladeira, guarda roupa e que ainda não fui pegar, que guarde porque só falta o carro, mas até janeiro, vou lá. Quem ainda quiser ajudar, ajude, não custa nada ter um pouco de compaixão com o próximo”, reforçou Josaphat.

Os doadores ficaram emocionados com a situação da família e…

… a grande corrente do bem fez…

… um momento de muita oração…

… e fé

O portal SelesNafes.com saiu do local somente pela noite acompanhando as doações chegarem. Apesar da simplicidade, a família foi acolhedora e serviu café enquanto a reportagem esperava a chuva passar.

Até esta publicação, nenhum órgão de assistência social havia se disponibilizado a ajudar a família.

Quem ainda quiser saber mais sobre a família, conhecer a residência ou colaborar com doações, pode entrar em contato com Josaphat pelo número (96) 98803-6226 (WhatsApp/Ligação).

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