Brasil volta sem dinheiro e com imagem de devastador, diz Randolfe após coletiva na COP 25

O senador Randolfe Rodrigues e Marina Silva foram as estrelas de uma entrevista com jornalistas europeus na conferência
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Por SELES NAFES

O senador Randolfe Rodrigues e a ex-candidata à presidente da República, Marina Silva (ambos da Rede), denunciaram nesta quinta-feira (12) o que chamaram de “desmonte da governança ambiental” pelo governo Jair Bolsonaro. Os dois foram os principais convidados de uma entrevista coletiva com a imprensa de vários países europeus em Madri, onde ocorre a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 25.

Em entrevista ao Portal SelesNafes.Com depois da coletiva, Randolfe revelou que o Brasil chegou à conferência com a pior imagem possível, num momento em que o governo desmonta todo o sistema de fiscalização ambiental e política nacional de mudanças climáticas, além da desestruturação do Fundo Amazônia.

“O resultado não poderia ser outro: chegamos na pior condição de todas as conferências do clima. Nessa conferência nem estande o Brasil teve”, observou o senador.

A fala do ministro do Meio Ambiente (Ricardo Salles) na COP 25, na opinião de Randolfe, foi desastrosa.

“Usou menos que os 3 minutos que poderia, foi agressivo e ofensivo, indo na contramão das negociações onde o Brasil tentava auferir dividendos para a sua economia. O Brasil chegou com uma imagem de devastador da floresta Amazônia”.

Marina Silva participou da coletiva com jornalistas europeus. Fotos: Divulgação

Compensação ambiental

O senador do Amapá acredita que o Brasil tem muito a ganhar com o apoio dos países desenvolvidos, mas a política ambiental do Brasil impediu melhores resultados. Ele fez uma comparação entre as performances do Brasil e da Colômbia, que possui uma pequena parte da floresta Amazônia.

“O Brasil está voltando daqui sem promessa de nenhum centavo. A Colômbia vai voltar com US$ 320 milhões. Estudos provam que a floresta em pé mobiliza mais economia do que ela devastada, e estamos entrando na década da economia do carbono, e estamos perdendo”.

Mas nem tudo foi perdido. Randolfe lembrou que acompanhou o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT) em contatos com os governos da França, Noruega e Alemanha.

“A imagem do Amapá tem uma perspectiva melhor que a do Brasil. Temos um ativo que pode render ativo na economia do baixo carbono. Não compreender isso nos colocaria na contramão da economia mundial. O Amapá aprendeu isso, o Brasil ainda não”.

“A coletiva foi importante porque o mundo queria ouvir. Deu para mostrar que o Brasil é muito mais do que Jair Bolsonaro”.

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