Polícia desvenda morte de engenheiro em Macapá; motivo é surpreendente

Principal acusado, Genilton Soares da Silva, de 32 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (27), no Conjunto Macapaba, na zona norte de Macapá.
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Por OLHO DE BOTO

A Polícia Civil do Amapá prendeu na manhã desta sexta-feira (27) o acusado de matar o engenheiro civil Sérgio Roberto de Sousa Maracaípe, de 44 anos, assassinado a facadas na madrugada do último dia 20, em Macapá.

Genilton Soares da Silva, de 32 anos, que já responde por outro homicídio, foi preso quando estava escondido no Conjunto Macapaba, na zona norte de Macapá.

De posse de uma ordem judicial de prisão, os agentes da Delegacia Especializada de Crimes Contra a Pessoa (Decipe) entraram em um dos apartamentos do habitacional e o capturaram.

Apuração

De acordo com o delegado Luiz Carlos, da Decipe, o caso chamou a atenção pela maneira como ocorreu e pela motivação: a vítima nada tinha a ver com as circunstâncias que estimularam o crime.

Delegado Luiz Carlos e sua equipe revelaram a motivação e a as circunstâncias envolvendo o crime. Fotos: Olho de Boto: SN

“Desde as primeiras horas, analisamos o local e os arredores de onde o crime ocorreu, as rotas de fuga disponíveis, para começar a descobrir os assassinos. O local é muito monitorado por câmeras de residências e estabelecimentos comerciais, isso nos ajudou muito na identificação do Genilton”, explicou o delegado.

Segundo ele, investigações da Decipe sobre um homicídio ocorrido em abril deste ano, em Macapá, já haviam apontado para Genilton, que foi indiciado, mas respondia em liberdade.

Pela maneira que o crime ocorreu e pelas circunstâncias em que a vítima estava no Estado do Amapá – veio do Pará para prestar concurso público – até então as suspeitas eram de latrocínio (roubo seguido de morte da vítima), mas quando Genilton foi identificado na cena do crime, a teoria mudou.

A polícia confirmou que ele matou o engenheiro paraense pelo mesmo motivo do homicídio ocorrido em abril deste ano: ciúmes da ex-esposa. O delegado Luíz Carlos revelou que Genilton não aceita a separação e como não está preso, por decisão da Justiça, ele continua a vigiar a vida dela.

Genilton, confessou o crime à Polícia Civil

Foi exatamente o que ocorreu na noite da morte de Maracaípe. Genilton estava mais uma vez às espreitas, observando e seguindo os passos da ex-esposa, que mora às proximidades do hotel onde a vítima estava hospedada, no bairro São Lázaro, na zona norte da capital amapaense.

Segundo as investigações, quando saiu do hotel naquela madrugada, o engenheiro acabou falando casualmente com a ex de Genilton, que estava observando. Foi o que bastou para o agressor iniciar o ataque, armado de faca.

“Naquela noite, o Genilton foi à casa da ex. Ele saiu de lá, mas não foi embora, ficou observando de longe. Por má sorte, a mulher e o engenheiro acabaram se cruzando na rua. Amedrontada pela visita de Genilton, ela havia saído para procurar abrigo na casa de parentes. Ela nos contou que ele perguntou alguma informação e pediu para ela parar, mas não parou, continuou caminhando, pois não o conhecia, era tarde. Foi nesse momento que Genilton apareceu e atacou a vítima”, relatou o delegado Luiz Carlos.

Segundo ele, que tem filmagens do homicídio, a mulher ainda tentou impedir Genilton, mas não conseguiu. O golpe que matou Maracaípe foi tão violento que a faca quebrou e a lâmina ficou cravada no peito da vítima.

Ele foi preso na residência da mãe, no conjunto Macapaba, zona norte de Macapá

“Segundo a ex-esposa do acusado, a vítima ainda chegou a argumentar, antes de ser esfaqueada, que não conhecia a mulher. Mas de nada adiantou”, contou Luiz Carlos.

Genilton está com mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça. Ele foi indiciado pela morte do engenheiro paraense e deverá ser encaminhado ao Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) ainda nesta sexta-feira.

O crime

Recém formado engenheiro civil, o paraense de Itupiranga (PA), Sérgio Roberto de Sousa Maracaípe, de 44 anos, foi assassinado à facadas na madrugada do último dia 20, em Macapá. Era uma sexta-feira.

Sérgio Roberto de Sousa Maracaipe era recém formado engenheiro civil. Foto: Divulgação

Segundo o apurado pela Polícia Militar, ele havia vindo ao Amapá para prestar um concurso público. O crime aconteceu quando Maracaípe saiu do hotel onde estava hospedado, no bairro São Lázaro, na zona norte da capital amapaense, por volta de 3h.

Segundo a polícia, as agressões à faca ocorreram na avenida Dirceu Cordeiro Dias e a vítima caminhou ferida até a rua principal, a Tancredo Neves – principal via de acesso à zona norte.

Mesmo ferido, Sérgio Roberto ainda andou por alguns metros até cair em frente ao posto de combustível da Rua Tancredo Neves. Ele foi avistado por uma equipe da Polícia Civil ainda com a faca cravada no peito.

Maracaípe caminhou ferido até a rua principal, a Tancredo Neves, onde caiu e morreu

Os agentes pararam no local e acionaram o socorro médico, mas a vítima morreu antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Maracaípe foi avisado pela proprietária do hotel do perigo de sair naquele horário na região. Ele então teria deixado no hotel o celular, um cordão de ouro e a carteira porta-cédulas.

A polícia apurou que o destino final de Sérgio Maracaipe no Amapá era o município de Oiapoque, onde faria uma prova de concurso público. Ele era recém formado engenheiro civil.

Seles Nafes
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