“Quebramos um paradigma ao vender mais barato”, diz o criador da Rede Farmácia Popular

O Portal SelesNafes.Com conversou com o empresário Valdeon Venâncio, o homem por trás do sucesso da rede que completa 10 anos neste domingo (29)
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Uma década depois, uma farmácia que nasceu no bairro do Laguinho, na área central de Macapá, se transformou na maior rede varejista de medicamentos do Amapá. A Rede Farmácia Popular, que começou com quatro funcionários e hoje emprega mais de 300 profissionais, está completando 10 anos neste domingo (29) com grandes planos para o novo ano.

Formada por 18 lojas, a Rede Farmácia Popular é parte integrante de um grupo de empreendedores, alguns da mesma família, que administra ainda a Farmácia Ultrapopular, outra rede varejista de medicamentos que também começa a crescer no Amapá. Além disso, o grupo gerencia a Distribuidora Popular e a Pharmapele, farmácia de manipulação.

A primeira Farmácia Popular, aberta em 29 de dezembro de 2009, foi criada inicialmente para atender clientes mais carentes, mas com o passar dos anos ela se adaptou para atender públicos mais exigentes, mas sem mudança de preços.

Foram criados serviços como a Clínica de Vacinas, onde uma profissional orienta os clientes sobre as melhores opções de imunização a preços também muito abaixo do que são cobrados na rede privada de saúde.

Espaço Kids…. Fotos: Seles Nafes

…dá mais tranquilidade para comprar

No Espaço Kids, uma funcionária toma conta das crianças enquanto os pais são atendidos no balcão. Outro espaço que demonstra a preocupação com os clientes é a seção com produtos feitos para pessoas alérgicas.

O Portal SelesNafes.Com conversou com o empresário Valdeon Venâncio da Silva, de 56 anos, o nome por trás do sucesso da Rede Farmácia Popular. Administrador, acadêmico de teologia, e casado com Yanna Rodrigues Venâncio, Valdeon é pai de 7 filhos, e se desdobra para administrar e planejar o futuro da rede. 

Ele revelou como consegue vender mais barato, falou sobre a concorrência com as grandes redes, sobre a modernização das lojas, e dos planos de expansão para fora do Amapá.  

Como começou a Rede Farmácia Popular?

Quando chegamos aqui não existia nenhuma farmácia vendendo a preço muito baixo para atender a essa demanda dos menos favorecidos, como já ocorria em outras regiões do país. Naquela época, as farmácias tinham preços muito altos e a gente quebrou esse paradigma.

Valdeon: “Nasci em farmácia”

Como era a primeira loja, no Laguinho?

Tinha 46 metros quadrados, e pertencia a um empresário que fechou as portas. Eu percebi que o ponto era muito bom. Nessa época, nós tínhamos outra rede que era a Megafarma, e vendemos para a Extrafarma. A Megafarma era voltada mais para o público classe A e B. Foi quando começaram a chegar aqui as grandes redes, mas o público C,D e E ainda não tinha onde comprar remédio barato. O Brasil é o 6º consumidor de medicamentos do mundo, apesar de pouco mais de 60% da população ter acesso a eles por causa do preço. 

Esse nome “Popular” já era usado…

Sim. O governo federal tinha lançado o programa “Aqui tem Farmácia Popular”, que agora está meio estagnado. Na farmácia do governo federal, um medicamento que custava R$ 0,75, um captopril (para pressão arterial), por exemplo, na nossa farmácia vendíamos a R$ 0,99, sem a necessidade da receita e enfrentar as filas intermináveis das unidades de saúde. Essa foi a nossa semente, a nossa grande sacada da época.

Laguinho: Primeiro formato da Farmácia Popular. Foto: Arquivo Rede Farmácia Popular

Farmácia na zona norte

Loja na Rodovia JK é uma das 18 abertas em 10 anos. Fotos: Seles Nafes

Loja no Beirol com “drivethru”

Loja na Rua Santos Dumont

Como foi sua entrada do ramo de farmácia?

Quando nós chegamos ao Amapá, no dia 25 de agosto de 2003, foi com o sonho de empreender no varejo farmacêutico através da aquisição de uma pequena farmácia de um conterrâneo, na Jovino Dinoá com Pedro Lazarino (Drogacenter), que mais tarde teria a bandeira de Megafarma.
Eu nasci em farmácia, sempre vivi esse ambiente, comecei em Araguaína (TO), em 1981. Fui faxineiro, estoquista, atendente de balcão, gerente e por 12 anos trabalhei na indústria farmacêutica, onde fui gerente de distrito em Belo Horizonte (MG), gerente Norte e Nordeste em Fortaleza (CE), e gerente Nacional em São Paulo (SP). Sempre fui vocacionado para o ramo farmacêutico, desde muito novo já sabia que queria trabalhar em farmácia.

Qual o segredo para vender medicamentos mais baratos?

Fomos muito perseguidos por isso, pela concorrência, vigilância sanitária…porque houve uma pressão muito grande por estarmos vendendo mais barato, e o cliente até se assustava. A gente pensava em faturar no volume. Em vez de vender uma caixa, queríamos vender 100. Diminuímos a margem, e quando começamos a crescer passamos a comprar em maior quantidade, ganhando maiores descontos da indústria e repassando isso para o consumidor. A gente trabalha com uma margem muito pequena em todos os tipos de medicamentos.

Quais lojas vieram depois?

Dois anos depois abrimos no São Lázaro. Eu imaginava que com três farmácias (outra na zona sul) a gente conseguiria atender a demanda do nosso público, mas tinha gente que vinha do Novo Horizonte para comprar. Então começamos a abrir mais lojas. Teve uma vez em que abrirmos três em um só mês. Hoje, são 17 lojas em Macapá e uma em Santana.

Clínica de Vacinas

..orienta os clientes sobre as melhores opções de imunização, sempre os menores preços do mercado

Quais são os planos para 2020?

Temos farmácias em andamento para serem inauguradas, uma bem ao lado da Feira Maluca (Novo Buritizal), que será aberta em janeiro. Teremos outra na rua Santos Dumont e outra que será inaugurada em Laranjal do Jari, em fevereiro. Vamos abrir também a segunda em Santana, e estamos chegando em Oiapoque e Breves (PA).

Com os serviços agregados que vocês criaram, além do conforto das lojas, vocês passaram a atender a um público de maior poder aquisitivo também. Como foi isso?

Hoje o que nós temos de popular é só o nome e o preço… percebemos a necessidade de abrir farmácias com perfil diferente para fazer frente às grandes redes nacionais. A Rede de Farmácia Popular hoje é líder no varejo farmacêutico, porque acompanhou as tendências do mercado nacional, se modernizou, evoluiu e agregou serviços importantes a comunidade. E é seguramente a farmácia mais moderna deste Estado, em relação a layout, produtos, serviços e atendimento.

Valdeon: “Em vez de vender uma caixa, queríamos vender 100, ganhar no volume”

Empregos gerados: pessoal administrativo…

Sede administrativa…

Centro de treinamento próprio

Temos farmácias com estrutura que poucas farmácias do Brasil possuem, estamos até a frente. Temos 11 farmácias com consultório farmacêutico, com mais de 30 serviços de saúde e que as quartas feiras são de graça. Temos o SEG (Serviço de Entrega Garantida), que visa a fidelização do cliente, pois se em uma receita em uma determinada loja não tiver todos os itens solicitados, garantimos a entrega em residência sem custo adicional, mesmo que tenhamos que comprar no concorrente.

Temos trabalhado para ter sempre o melhor preço do mercado e nos preparando para combater concorrentes regionais e nacionais sempre pautado na ética e na responsabilidade social

 

E essa clínica de vacinas?

É a única do Norte do País. A saúde pública no Brasil não dispõe de certas vacinas essenciais para as crianças nos primeiros meses de vida. Aqui ela vai encontrar. É mais um serviço agregado, ou seja, que não visa especificamente o lucro, por isso vendemos muito mais barato a vacina.

Em alguns trechos da capital existem até farmácias, uma em frente a outra. É canibalismo ou existe mercado para todos?

O mercado hoje está saturado. Hoje temos mais farmácias do que a OMS preconiza. Temos mais de 80 mil farmácias no Brasil. Dividindo pela população temos mais de 3 mil pessoas por farmácia. Não são 3 mil clientes, uma vez que crianças não compram e adolescentes e pessoas bem idosas pouco participam do faturamento. As grandes redes estão anulando as pequenas, por isso, temos trabalhado para nos defender dos concorrentes locais e das grandes redes que estão chegando.

Vocês têm algum projeto social?

Há quase oito anos nós temos o Cestão Popular. No último sábado de cada vez enchemos um baú com cestas básicos e distribuímos em bairros carentes. É uma multidão de gente esperando quando a gente chega. Todas pessoas cadastradas. Vender mais barato também é uma atitude social, mas ajudar quem precisa, também.

Seles Nafes
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