Funcionários são treinados para acolhimento de pessoas trans

Semana da Visibilidade Trans (travestis, mulheres e homens transgêneros) iniciou nesta segunda-feira (27) em Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Como parte das atividades da Semana da Visibilidade Trans (travestis, mulheres e homens transgêneros), cerca de 200 funcionários públicos do município de Macapá receberam treinamento específico para o acolhimento deste público.

A capacitação ocorreu nesta segunda-feira (27), no auditório da Universidade Estadual do Amapá (Ueap), no centro de Macapá.

Na quarta-feira (29) é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade e Trans e a atividade visa capacitar entes do poder público para que saibam como agir frente às ocorrências que envolvam pessoas Trans.

Diretor do Departamento de Promoção da Igualdade e Orientação Sexual (Depir), André Lopes: “O Brasil ainda é o país que mais mata pessoas transexuais”. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

De acordo com o diretor do Departamento de Promoção da Igualdade e Orientação Sexual (Depir), André Lopes, este cuidado específico é necessário, pois, segundo pesquisas sobre o tema, o Brasil segue sendo um dos países onde pessoas Trans mais sofrem violências, inclusive homicídios.

“O Brasil ainda é o país que mais mata pessoas transexuais. A cada 26 horas uma travesti é assassinada brutalmente no Brasil, então tivemos uma decisão enquanto município, fazer esse processo de atendimento e de acolhimento para que essas pessoas não passem constrangimento”, afirmou André Lopes.

Funcionários da saúde, da assistência social e da Guarda Civil de Macapá foram os primeiros a passar pelo treinamento, que prosseguirá por mais dois dias.

Enfermeira Danyelle Negrão (E): “tratar corretamente é acolher e atender bem”

“A importância é, também, saber fazer a diferenciação. Como você pode ver, tem várias nomenclaturas, e, tratar corretamente é acolher e atender bem. Por exemplo, nas minhas abordagens uma das perguntas que eu faço é perguntar como a pessoa gostaria de ser chamado, porque, aí, você começa a criar um vínculo e a pessoa se torna mais acessível”, declarou a enfermeira Danyelle Negrão, uma das profissionais que passou pela capacitação.

Marginalização

Roan Nascimento, homem trans de 19 anos, atuou no espaço para ajudar no debate e no treinamento.

Roan Nascimento: “A comunidade trans é marginalizada há muito tempo”

“A comunidade trans é marginalizada há muito tempo. Existir uma capacitação onde profissionais públicos comecem a entender um pouco do segmento travesti e transexual fortalece nossa esperança de um dia termos nossos direitos básicos atendidos, como o direito à segurança, à saúde e à vida”, destacou Roan.

Seles Nafes
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