Imposto único pode afetar setor produtivo do Amapá, alerta economista

Representantes do setor produtivo participaram de encontro para tratar de possíveis efeitos da reforma tributária no Estado. Foto: divulgação
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Ocorreu na terça-feira (29), no auditório do Sebrae, no Centro de Macapá, um debate sobre os interesses do Estado do Amapá e da Amazônia na reforma tributária que está sendo debatida em âmbito nacional.

Tramitam no Congresso Nacional duas Propostas de Emenda Constitucional (PEC). Na Câmara Federal tramita a PEC 45 e no Senado a PEC 110. 

Charles Chelala (economista): apesar das PECs terem aspectos positivos, benefícios fiscais no AP podem ser afetados. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN

Segundo o economista Charles Chelala, que tem acompanhado o desenvolvimento das PECs, ambas podem acabar impactando de maneira preocupante a economia amapaense.

“A economia do Amapá tem um regime especial de incentivos fiscais, especialmente à Área de Livre Comércio de Macapá e Santana e a Zona Franca Verde. Pelas propostas, que tem o mérito de unificar vários impostos em um só, o que é bom pois desburocratiza, mas elas praticamente inviabilizam esses benefícios, o que pode ser um baque muito forte para a nossa economia.”, explicou o professor.

Debate foi promovido pelo mandato do senador Randolfe Rodrigues, que participou do encontro

Na prática, o comércio varejista e atacadista amapaense e toda a cadeia econômica que esse setor move, seriam os principais prejudicados.

Formular propostas

O debate foi promovido pela mandato do senador Randolfe Rodrigues (REDE) e pela Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) e teve como público alvo, especialmente, o setor econômico e produtivo amapaense.

“Os interesses econômicos do centro-sul [centro oeste, sudeste e sul] na reforma tributária são antagônicos aos interesses da Amazônia. Por que? Eles são contra as vantagens tributárias que temos aqui, como a Zona Franca de Manaus, a nossa Área de Livre Comércio e a Zona Franca Verde. Sempre houve um desejo antigo do centro sul em extinguir esses benefícios. O setor que clama por isso, tem a mesma linha do Paulo Guedes, ministro da Economia”, comentou Randolfe.

Prefeito Clécio Luís: mudança no sistema tributário não pode representar retrocesso. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN

O senador disse também que a ideia do encontro foi a de começar a preparar o Estado para o debate nacional.

“Nós defendemos uma reforma tributária mais progressiva, que mude o sistema regressivo que temos hoje. A ideia desse encontro com empreendedores e o setor produtivo é mobilizarmos para esse momento, ficando preparados contra as ameaças aos interesses do Amapá e da Amazônia”, completou o senador.

Também presente no encontro, o prefeito Clécio Luís (REDE) apresentou formulação semelhante.

“Todos nós queremos que haja uma reformulação do sistema tributário brasileiro, para que seja mais justo e democrático, mas ele não pode representar, de maneira nenhuma, um retrocesso nas conquistas do Amapá”, finalizou o prefeito.

Seles Nafes
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