Protesto: sem-terra acampam em frente à Justiça Federal em Macapá

Há uma semana o movimento montou um barraco feito de pedaços de madeira e lonas em frente à sede do órgão judiciário, na zona norte de Macapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Sem-Terras no Amapá prometem fazer um protesto com cerca de 500 manifestantes nesta sexta-feira (3) em frente ao prédio da Justiça Federal, em Macapá. O ato é organizado pela Central Sindical e Popular (Conlutas).

Há uma semana o movimento montou uma base – um barraco feito de pedaços de madeira e lonas – em frente à sede do órgão judiciário, no início da Rodovia Norte/Sul, na zona norte da capital do Amapá.

Acampamento improvisado foi montado em frente…

…ao prédio da Justiça Federal no Amapá. Fotos: Rodrigo Índio/SN

A estrutura chama a atenção e desperta a curiosidade de quem passa pela BR-210 e vê o barraco no canteiro central da rodovia Norte Sul. Lá 15 sem-terra, entre adultos, idosos e crianças, permanecem noite e dia no acampamento improvisado.

Porta-voz da manifestação no Amapá, Jairo Palheta, explicou que o protesto quer chamar a atenção para um processo que tramita na Justiça Federal sobre a área conhecida como Boa Vista, localizada no km-42 da BR-210, ao norte de Macapá.

Jairo Palheta é o porta-voz dos sem-terra que…

… montaram acampamento para receber outros manifestantes

O movimento quer que no terreno seja criado um assentamento. A reclamação é que o espaço atualmente é ocupado por produtores de soja, de forma “irregular”, segundo o porta-voz dos manifestantes.

“Queremos que a Justiça nos ajude e determine que o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] requeira a posse do Boa Vista para que nele seja criado um Projeto de Assentamento. Até agora o órgão [Incra] não fez nada, não sabemos porquê. E estamos aqui porque acreditamos que a Justiça é o cerne que pode nos defender, pois o restante do poder público nada faz”, explicou Palheta.

De acordo com ele, existem 511 famílias que reivindicam o terreno Boa Vista. A partir desta sexta-feira (3), eles pretendem ficar em frente à Justiça Federal até o dia 21 de janeiro, quando está agendada uma audiência destinada a outros litígios do movimento com empresários – áreas localizadas ao redor do Entroncamento do Paulo (km-50 da AP-070), e também próximo ao Marabaixo, na zona norte de Macapá.

No local, cerca de 15 sem-terra, entre adultos, idosos e crianças…

… permanecem noite e dia no acampamento improvisado….

“Queremos a desocupação pelos empresários dessas terras porque são áreas federais ocupadas irregularmente. Sabemos que a Justiça está de recesso, mas nesta sexta-feira, o juiz que entra de plantão é o Dr. João Bosco, que já ajudou os trabalhadores do campo a resolver questões como essa e precisamos da ajuda da Justiça nesta questão, pois somos 511 famílias sem terra para trabalhar e criar nossos filhos”, exclamou Jairo Palheta.

Ele enfatiza que o movimento também luta por recursos para que benfeitorias, como ramais e instalação de eletricidade, em assentamentos já consolidados sejam feitas. Conforme o porta-voz é a estrutura mínima necessária para que a produção da agricultura familiar – principal atividade econômica de assentamentos – possa ser implementada.

Manifestantes estão preparados para…

… ficar no local até o dia 21 de janeiro

Os manifestantes que prometem se reunir no protesto desta sexta-feira são dos municípios de Macapá, Porto Grande, Santana e Itaubal.

Seles Nafes
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