Ribeirinhos cobram rapidez em processos contra hidrelétricas

O movimento ocorreu em frente à sede da Justiça Federal no Amapá, na zona norte de Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Moradores de áreas ribeirinhas dos municípios de Porto Grande e Ferreira Gomes, localizados há 106 km e 140 km de distância de Macapá, respectivamente, fizeram um protesto em frente à sede da Justiça Federal no Amapá, na zona norte da capital.

A manifestação, ocorrida na sexta-feira (24), cobrou agilidade em dois os processos contra grupos empresariais do setor energético que os ribeirinhos acreditam estar com o julgamento muito demorado.

A manifestação cobrou agilidade em dois os processos contra grupos empresariais do setor energético. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

“É um processo contra a Hidrelétrica Ferreira Gomes Energia, por mortandade de peixes e especificamente pela quebra de um Termo de Ajustamento de Conduta (Tac) de 2016. O outro processo que também se encontra na justiça federal com ação do Ministério Público Federal, é contra a Hidrelétrica Cachoeira Caldeirão, também por mortandade de peixes, causada de 2017 à 2019”, declarou Moroni Guimarães, coordenador do Movimento por Atingidos por Barragens (MAB).

Uma das faixas do movimento questionava “Por que a justiça é lenta para os pobres e célere para os ricos?”. Os processos correm na justiça há 3 e 4 anos.

Ribeirinhos reclamam que o julgamento das ações está muito demorado

O movimento afirma que as duas hidrelétricas ocasionaram a mortandade de peixes, o que prejudicou a vida de centenas de ribeirinhos que tiram seu sustento do Araguari, rio genuinamente amapaense, que nasce nas montanhas do Tumucumaque e desagua no Rio Amazonas, no leste amapaense.

Relembrando Brumandinho

O movimento também fez memória a um ano do desastre de Brumadinho-MG, quando uma barragem de rejeito de minérios da empresa Vale do Rio Doce, rompeu e causou 272 mortes. O episódio é considerado a maior tragédia da mineração da história do Brasil.

“É importante lembrar Brumadinho, porque aconteceu lá, aconteceu em Mariana, e também pode acontecer aqui no Amapá, devido as barragens de minérios e as barragens feitas pelas hidrelétricas. Lembro que aconteceu o rompimento de uma ensecadeira no Jari, que houve mortes, e até hoje ninguém foi punido”, alertou Moroni Guimarães.

O movimento não obteve resposta concreta da Justiça Federal, mas acredita que conseguiu deixar o recado. O coordenador avisou que os manifestantes seguirão cobrando, com novos protestos, se for necessário, o andamento dos processos.

Seles Nafes
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