Por RODRIGO ÍNDIO
Quatro crianças de uma família amapaense vivenciaram, nos últimos dias, dois dos mais fortes sentimentos da vida humana: a alegria de ganhar um irmão e o drama de perder a mãe.
Tudo porque a mãe delas, Graciene Barbosa de Oliveira, de 27 anos, morreu dois dias após dar à luz à pequena Gisele, que completou apenas 10 dias de vida nesta quinta-feira (13).
Pequena Gisele é amparada pela irmã. Fotos: Rodrigo Índio/SN e Arquivo Pessoal
O drama começou na última segunda-feira (3), quando Graciane entrou em trabalho de parto e seu bebê nasceu, por volta de 11h20 da manhã, na Maternidade Mãe Luzia, localizada no Centro de Macapá. O parto foi normal.
O nascimento foi comemorado pelos familiares, que estranharam que saia um “líquido branco com sangue” do nariz de Graciene.
Eva e Clemilda acolhem a bebê…
… de apenas 10 dias de vida
Segundo a família, ela foi diagnosticada com anemia profunda, tomou 4 bolsas de sangue. Depois, foi liberada às 17h da tarde, um dia após o parto.
“Quando chegou em casa, passou mal e desmaiou. Socorremos, mas nada dela melhorar. No outro dia aparentava cansaço e, de manhã, quando foi ao banheiro, começou a se retorcer e ter convulsões. E não parava de sair a água branca com sangue de seu nariz. Levamos por meios próprios à maternidade. Quando chegou lá, morreu. Foi horrível”, detalhou a irmã, Eva Oliveira.
Graciane morreu dois dias após dar à luz
Graciene Barbosa deixou os filhos Joab, de 10 anos, Ana Cláudia, de 8, Joane, de 6, Luana, de 2, e a bebê Gisele, de 10 dias. O marido, Josias Tavares, agora é o responsável pelas crianças. Ele trabalha como pedreiro, mas momento está desempregado.
Durante a reportagem, ele e a sogra, Ana Barbosa, estavam resolvendo assuntos burocráticos com relação as crianças e o falecimento de sua esposa no cartório.
Família é carente e mora no distante bairro da Ilha Mirim, zona norte de Macapá
A família passa por um momento difícil. Na dispensa e na geladeira não têm nada. As crianças precisam de alimento, roupas e calçados, além de leite e fraldas para recém-nascido. Os vizinhos, tias e irmãos da igreja, ajudam as crianças, mas não é o suficiente.
Crianças agora só têm o pai desempregado por elas e precisam da ajuda da população
“Só nós sabemos a dor que estamos sentindo. Minha irmã se foi por um erro e deixou esses anjos. Não os abandonaremos. O pai está se esforçando para conseguir um emprego e enquanto nós pudermos vamos cuidar deles. Quem puder colaborar, por favor, venha aqui conosco conhecer nossa família. Deus vai lhe retribuir”, emocionou-se Clemilda Oliveira, irmã de Graciane.
Clemilda: “Quem puder colaborar, por favor, venha aqui conosco conhecer nossa família. Deus vai lhe retribuir”
Solidariedade
Quem tiver interesse e puder ajudar a família, pode entrar em contato pelos números (96) 99144-2662 e (96) 99164-6345, ou ir até a Rua Salmo 119, esquina com a Avenida Carlos Lins Côrtes, 603, no bairro Ilha Mirim. Quem ajudar com recursos financeiros, pode fazer transferência bancária. Os dados são os seguintes:
CPF DA TITULAR DA CONTA POUPANÇA: 017.205.122-30
Nome: Lauriana Barbosa de Oliveira