Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Dezenas de comerciantes do centro comercial de Macapá realizaram na tarde desta sexta-feira (27) uma manifestação em forma de carreata. Pelas ruas da capital, o grupo protestou contra o decreto 1414/2020, do Governo do Estado do Amapá (GEA), que determinou a quarentena para diversos estabelecimentos e nichos comerciais.
Do carro de som, um deles falava.
“Já temos o aval do presidente [Bolsonaro], agora queremos o aval do governador e do prefeito de Macapá… Queremos a reabertura do comércio, queremos trabalhar”, disse.
O trecho pôde ser ouvido no vídeo que o Portal SelesNafes.com gravou da carreata, na Rua São José. No mesmo vídeo, a reportagem contou 11 carros participando da carreata. Assista.
Em outro momento, fora dos carros e aglomerados ao lado da feira do camelô, na Avenida Cora de Carvalho, alguns demonstraram preocupação maior e outras menor em relação com o fato de estarem juntos e sem máscaras ou outros equipamentos de proteção.
Aglomeração de pessoas estão proibidas pelo decreto do governo do Estado, com a exceção de estabelecimentos considerados essenciais como farmácias e supermercados.
“O Amapá é um estado imune, porque a temperatura é alta, já é provado cientificamente que nos países mais frios, o grupo de risco que são os idosos, tem mais chance de falecer. E aqui no Amapá que estamos, em país tropical, em um estado quente, e o vírus só vive até 20 graus, não há necessidade de fechar o comércio. Tem que se reavaliar essa questão por região, por estado, por município”, declarou um dos porta vozes do movimento, Márcio do Comércio, de 41 anos.
Outros movimentos similares ocorreram simultaneamente em várias capitais do país desde a manhã desta sexta-feira (27), com argumentos parecidos com os que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), tem utilizado em suas declarações.
“Nós queremos uma reunião com o governador e com o prefeito de Macapá, porque podemos ter alternativas como abrir só uma porta, funcionar em horário reduzido, reduzir a entrada de pessoas por vez no nosso estabelecimento. O que não dá é pra ficarmos parados, temos nossos alugueis e nossos funcionários para bancar”, declarou Orlando, que também trabalha no ramo varejista.
A Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) e Governo do Estado do Amapá (GEA) foram contatados e até o fechamento desta edição ainda não tinham emitido nenhuma declaração sobre a manifestação.