Em decomposição, vítimas do naufrágio só serão reconhecidas por DNA

Equipe da Politec pede que parentes compareçam para realização dos procedimentos
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Por RODRIGO ÍNDIO

Com o resgate dos corpos das vítimas do naufrágio do navio Ana Karoline III chegando em estado avançado de decomposição, a Polícia Técnico-Científica (Politec) do Amapá está adotando diferentes procedimentos de identificação. São pelo menos três técnicas.

Até o momento, 29 corpos foram encontrados. Desse número, 4 não passaram pela perícia e foram sepultados 12 horas após o naufrágio, 4 estão a caminho da Politec e os outros 21 já fizeram ou estão em processo de necrópsia.

Equipe da Politec realiza 3 métodos para identificação dos corpos da tragédia. Foto: Rodrigo Índio/SN

Pelo menos 15 corpos tiveram identificação feita através das impressões digitais ou através de antropologia forense (arcada dentária ou característica do corpo). Agora, como dificilmente será possível fazer essa identificação, o procedimento parte para o exame de DNA, que dependendo do material biológico coletado pode ter resultado de 10 a 15 dias ou mais.

“Vai depender muito da condição do material. Se for uma amostra pura e limpa, coletada diretamente dos parentes das vítimas, a análise dessa amostra será bem rápida, já a amostra dos cadáveres precisa ser tratada, muita das vezes o exame precisa ser repetido. Então leva um período de tempo maior para se realizar”, disse o perito criminal, Henderson Gomes.

Segundo Salatiel Guimarães, diretor da Politec do Amapá, existem duas equipes de peritos no local do sinistro, uma que fará a perícia do acidente e outra que está fazendo coleta de material biológico de parentes que estão acompanhando as buscas e são dos municípios da área de entorno.

15 foram identificados por impressões digitais. Foto: Vitor Andreolli

Para a segurança da identificação, o exame deve ser feito com parentes de primeiro grau. Nesta escala, os primeiros contatados devem ser pai e mãe e depois irmãos.

“Já foram coletados materiais de todas as vítimas que deram entrada, caso seja necessário fazer confronto de técnicas por meio de biologia molecular. Alguns familiares já se apresentaram para ceder o material para esse procedimento. Hoje compareceu na Politec parentes de 20 pessoas supostamente envolvidas nesse naufrágio. Destas, 12 ainda não deram entrada na Politec”, detalhou Salatiel Guimarães.

A Politec solicita que os parentes de vitimas compareçam o quanto antes ao órgão.

Seles Nafes
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