“Morri, mas ainda estou vivo”, brinca jornalista e músico Régis Sanches

Aos 58 anos, Régis Sanches não é mais o profissional que foi um dia, mas garante é feliz sendo "livre"
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Por RODRIGO ÍNDIO

Quem vê aquela figura no Largo dos Inocentes, atrás da histórica Igreja de São José, no coração de Macapá, conversando e enturmado com moradores de rua, nem imagina que ele é, ou pelo menos já foi, um jornalista atuante no Amapá. Nascido em 17 de março de 1961, em Anajás, no Arquipélago do Marajó (PA), Régis Sanches, de 58 anos, foi registrado em Macapá.

Quem é mais jovem e o vê vagando pelas ruas e praças, na maioria das vezes sob efeito de álcool, sujo ou até mesmo inconveniente, não faz ideia que o “Gala Hell”, como é conhecido, também é um contista, cronista, poeta e músico.

Até meados de 2014, Régis fazia parte da banda “Black Blues/Lorde GalaHell”. No cenário jornalístico, é conhecido pelo bom texto em trabalho para diferentes veículos.

Apesar de todos os talentos, ele se resume de forma simples: “Sou flamenguista, guitarrista, jornalista até morrer. Amo blues e rock and roll”.

Formado pela PUC…

…cronista, contista…

…e músico. Fotos: acervo pessoal

Régis tem duas filhas de antigos casamentos, uma jovem de 24 anos que mora em Belo Horizonte (BH) e uma criança de 7 anos, que reside com a mãe, em Macapá.

Carreira no jornalismo

Antes de se tornar um “vagante” do Centro de Macapá, Régis tinha uma vida profissional de muito prestígio, para qual estudou bastante. 

Durante o bate-papo, ele fez questão de enfatizar que sua paixão pelo jornalismo começou ainda na adolescência, aos 16 anos. Com 21 anos, já tinha concluído três graduações superiores e afirma que pôde ajudar todos os irmãos a cursar faculdade.

“Me mataram umas 17 vezes”

Régis estudou jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), Escola Superior de Propaganda e Marketing – Rio de Janeiro (ESPM-Rio), e Relações Internacionais no Instituto Rio Branco. Profissionalmente, foi jornalista investigativo nos anos 80 e 90 fez parte de diversas redações Brasil afora. 

“Fui do Jornal Estado de Minas, Folha de São Paulo, Revista IstoÉ, Veja, Playboy, O Pasquim, Jornal dos Esportes, O Lance, Mídia impressa nacional Zero Hora, Correio do Povo, Tribuna da Bahia, Jornal da Tarde – Salvador, e no Amapá trabalhei na assessoria do Governo do Estado e jornais: A Gazeta e Tribuna da Cidade, então tenho algum conhecimento da realidade brasileira”, detalhou.

Indagado sobre o que aconteceu com sua carreira na música, no jornalismo e se tem problemas de saúde. Régis se definiu e revelou um segredo.

“Quem me definiu foi uma moça de 14 anos que disse: ‘o Régis lembra Chernobil, é uma bomba atômica ambulante’. Cara, me considero um ativista civil como Barack Obama, Nelson Mandela e Martin Luther king. Eu invisto em educação de base, o que muitos não sabem é que compro livros para crianças e adolescentes que esperam ser algo no futuro, esse é meu maior orgulho”, confidenciou.

Lá vai ele debaixo da garoa

Fakes

Como é conhecido pela sociedade, muitas das vezes surgiram boatos de que Régis havia falecido. Nas contas deles, o “mataram” pelo menos umas 17 vezes.

“Sou apenas aquele homem que morreu mais ainda está vivo, né. Agora vivo minha vida de uma forma livre, os seres devem respeitar e se respeitar da forma sem afetar a dignidade de ninguém”, finalizou.

Ao final do papo com o Portal SN, Régis seguiu por baixo de uma garoa que caía em Macapá.

Seles Nafes
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