Naufrágio: Polícia Civil abre inquérito e trata mortes como homicídios

A partir de agora sobreviventes e testemunhas podem procurar espontaneamente a 1ª DP de Santana
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Por SELES NAFES

O delegado geral da Polícia Civil do Amapá, Uberlândio Gomes, determinou nesta segunda-feira (2) a abertura de inquérito criminal para investigar o naufrágio que matou 13 pessoas e deixou dezenas de desaparecidos no Sul do Amapá, no último fim de semana. As teses de homicídio e de lesão corporal serão avaliadas durante a investigação.

Gomes designou o delegado Victor Crispin, da 1ª  DP de Santana, para conduzir o inquérito. O procedimento é diferente do que foi aberto pela Marinha Brasileira, que tem o objetivo de fazer a apuração administrativa, ou seja, que identifica responsáveis, mas não resultará em condenação judicial.

“Várias pessoas foram a óbito, então estamos diante de crimes de homicídio culposo ou com dolo eventual. E temos a lesão corporal de alguns sobreviventes que ficaram feridos. O objetivo é identificar a causa do acidente para responsabilizar criminalmente os responsáveis”, explicou o delegado.

Em depoimentos, sobreviventes relataram excesso de carga.Vídeos estão sendo analisados Foto: Reprodução

Imagens

Uberlândio Gomes adiantou que estão sendo analisadas imagens que podem demonstrar que havia excesso de carga no navio Ana Karoline III antes da saída do porto de Santana, na última sexta-feira (28).

O navio foi a pique por volta das 4h30min da madrugada do sábado (29) durante uma forte ventania. Testemunhas também relataram que o navio estava parado na tempestade enquanto era reabastecido com combustível por outro navio.

Delegado Victor Crispim conduzirá as investigações. Foto: Olho de Boto/Arquivo SN

A Polícia Civil do Amapá enviou carta precatória à delegacia da cidade de Almeirim (PA) que ouviu depoimentos de sobreviventes.  

“Todos eles foram unânimes em afirmar que, na opinião deles, havia excesso de carga e estava praticamente à deriva durante o mau tempo. Mas isso tudo será investigado com prazo de 30 dias”, acrescentou.

Todos os sobreviventes já podem procurar espontaneamente a 1ª DP de Santana para colaborar com as investigações.

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