Família suspeita que covid-19 matou idosa e aguarda exame

Mulher de 65 anos morreu com sintomas. Semsa diz que complicações derivadas de doenças crônicas foram a causa da morte, mas aguarda resultado
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De Santana, FERNANDO SANTOS

Há oito dias, uma idosa de 65 anos passou a apresentar diversos sintomas compatíveis com o novo coronavírus. A família desconfiou da doença e logo procurou ajuda. Já internada, Maria Donatila Ramos faleceu na última sexta-feira (3).

A família é de Santana, cidade a 17 km de Macapá. A sobrinha, Helen Sardinha Chucre, conta que sua tia apresentava a maior parte de sintomas da covid-19 como tosse. Depois de alguns dias, o quadro se agravou. A idosa foi levada ao Pronto Socorro de Santana, onde passou a sofrer com falta de ar e cansaço.

“Minha tia era do grupo de risco, hipertensa, diabética, obesa, 65 anos. Há uma semana, ela passou a sentir os sintomas e levamos ao hospital. Lá, davam Buscopan e mandavam voltar para casa. Mas na casa dela passou a ter dores nos rins, pernas ficavam travadas, a voz quase não saia e muito cansaço com falta de ar”, recordou a sobrinha.

Na quinta-feira (2), Helen e o esposo da idosa resolveram levá-la à Policlínica Maria Tadeu, referência no combate a covid-19 em Santana. O médico solicitou a realização de exame de coronavírus.

“Lá coletaram o escarro dela e na volta passamos de novo no Pronto Socorro. Ela foi piorando, quando foi na madrugada de sexta (3) ela não resistiu. E lá, ainda no PS, uma enfermeira disse que a nossa tia apresentava todos os sintomas de corona”, disse.

Depois da notícia de falecimento, a família alega ter sido informada que o exame na unidade municipal teria sido descartado por suposto procedimento incorreto.

“A notícia que chegou foi que a coleta foi descartada porque não foi colocada a solução, mas que iriam coletar novamente, mas ela já havia falecido”, lamentou.

Helen, a sobrinha: informações desencontradas e falta de transparência. Foto: Fernando Santos

Em seguida, a Unidade Maria Tadeu teria informado à família que o exame descartado não seria o da idosa, e sim de outra pessoa.

“Ficamos revoltados e sem saber o que fazer. Eu não acho que houve transparência. A gente quer que realmente investiguem que as coisas fiquem esclarecidas”.

Ainda segundo a família, no atestado de óbito aponta que mulher teria falecido devido a um ataque cardíaco.

“No laudo só fala em ataque cardíaco, diabetes e hipertensão. Mas o que nos intriga é que um subsecretário de saúde de Santana veio aqui e disse que não era para abrir o caixão e não aglomerar”, concluiu.

Complicações

Procurada, a Secretaria de Saúde de Santana alegou que a paciente tinha antecedentes de doenças crônicas não transmissíveis que teriam sido a causa da morte. No entanto, no dia 2 de abril foi feita a coleta para exame de covid-19.

Além disso, garantiu que não procede a informação de que a mostra tenha sido descartada. Segundo a Semsa, o exame está em análise.

O Superintendente de Vigilância em Saúde do Estado, Dorinaldo Malafaia, também confirmou ao Portal SN que o exame da idosa está em análise no Lacen, e ainda não ficou pronto devido à grande demanda.

A Semsa confirmou que orientou a família a manter o caixão fechado no velório por conta do risco de contaminação, já que ainda se trata de um caso suspeito.

Seles Nafes
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