Casal idoso chora e pede ajuda para retornar ao Amapá

Sem recursos, idosos estão preocupados com situação da casa em Laranjal do Jari. Eles já estão há 3 meses no Pará. Foto: arquivo pessoal
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Por JÚLIO MIRAGAIA

O aposentado Raimundo Alves Correia, de 70 anos, e a esposa, Maria de Fátima Silva Correia, de 64 anos, são moradores do bairro Malvinas, no município de Laranjal do Jari, no sul do Amapá. O casal está desde fevereiro na capital paraense, Belém, e não consegue voltar ao Amapá por questões financeiras.

A forma como os idosos pretendiam viajar era de barco, por ser mais barato. Porém, o decreto estadual que prevê restrição de circulação de pessoas durante a pandemia do novo coronavírus suspendeu as viagens fluviais do Pará para o Amapá.

Para o Portal SelesNafes.com, Seu Raimundo contou que está sem nada. E que ele e a companheira estão preocupados com a situação da casa, por conta de possíveis cheias no Rio Jari que poderão inundar a residência.

“Nossos netos estão sofrendo e eu sofro aqui e eles lá. Não temos como pagar passagem de avião. Precisamos chegar em casa para cumprir a quarentena”, disse chorando o idoso.

Viagens fluviais estão suspensas por conta da pandemia. Foto: arquivo pessoal

A única foto que o casal conseguiu enviar para a reportagem foi tirada pelo celular de outra pessoa, pois o aparelho telefônico usado por Seu Raimundo não tira fotos.

“Minha vontade é chegar em casa, lá alaga já pode estar alagado. A gente trabalha e luta tanto pra ter as coisas e fica numa situação dessa. Um homem chorar é feio, mas eu já chorei por estar assim”, desabafou uma vez mais emocionado.

Apoio

Em Belém, o casal de idosos tem recebido o apoio de familiares onde estão dormindo, mas que também não podem ajudar financeiramente.

Marcus Lobato, representante de uma empresa de viagens, conversa com seu Raimundo constantemente. O setuagenário procura a companhia que faz viagens de Belém para o Jari para saber se a situação foi regularizada.

“Como ele, tem muita gente, pessoas desempregadas que trabalhavam como terceirizadas no complexo de Barcarena, gente de Parauapebas, de outras cidades. O pessoal está ilhado aqui. O dinheiro que tinha de indenização, de justa causa, está acabando pagando em hotel em Belém, querendo ir embora e não conseguem”, disse Lobato.

Marcus Lobato: procura grande de pessoas que não conseguem voltar ao Amapá. Foto: arquivo pessoal

Caso semelhante ao do casal de idosos que não consegue voltar para o Amapá, é do autônomo Ayrton Kamisk, de 26 anos e de sua esposa Helen, de 22 anos. Ele conta que trabalha em Barcarena, mas que reside com a companheira em Laranjal do Jari.

“Estamos tendo despesas que não teríamos se ela estivesse lá. Veio passar um tempo aqui e depois voltar, mas aí aconteceu todo esse negócio da epidemia que está atrasando a situação da gente”, criticou.

O autônomo Ayrton e a esposa Helen: casal está tendo muitas despesas sem conseguir viajar de navio. Foto: arquivo pessoal

Ajuda ao casal de idosos

Para ajudar o casal de idosos a retornar para Laranjal do Jari, os interessados podem entrar em contato diretamente com o seu Raimundo Alves Correia. O telefone é o seguinte: 096 99150-3722.

Seles Nafes
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