Médicos afirmam que associação de medicamentos salva vidas no Amapá

Em Macapá, a medicação está sendo distribuída nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) exclusivamente voltadas para o combate do novo coronavírus.
Compartilhamentos

Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

No Amapá, o Comitê Médico de enfrentamento à covid-19, formado por médicos e epidemiologistas, afirmou que o protocolo elaborado pelo grupo para tratamento de pacientes com os sintomas iniciais tem salvado vidas.

Apesar de não existir ainda um estudo que comprove cientificamente o êxito, o grupo evidencia uma baixa letalidade da doença no Amapá se comparada com outros estados, também, à adoção dos medicamentos contidos no referido protocolo.

Comitê Médico de enfrentamento à covid-19: médicos Pedromar Valadares e Ana Chucre, e epidemiologista Patrício Almeida. Fotos: MArco Antônio P. Costa/SN

Trata-se da associação de remédios já conhecidos e utilizados por pacientes em outras doenças, como os antiparasitários ivermectina e nitazoxanida, junto com um antibiótico de largo espectro, a azitromicina.

O comitê não receita para a população comprar indiscriminadamente, mas aprovou a prescrição no Conselho Regional de Medicina (CRM) e no Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (Coesp) – dispositivo criado pelo Governo do Amapá para gerenciar a pandemia no Estado.

Observação

A médica Ana Cristina Chucre trabalha com cardiologia congênita em crianças e adultos. Ela afirma que, apesar de não terem sido feitos estudos clínicos, a ciência comporta e permite que o método da observação seja utilizado.

Sob seu controle e orientação, de 100 pacientes que ela atendeu, 98 não tiveram o avanço nos sintomas e os dois que tiveram, tinham quadro de comorbidades anteriores.

Ana Cristina Chucre: de 100 pacientes que ela atendeu, 98 não tiveram o avanço nos sintomas

“Nós não temos exames e estudos de laboratório, mas a ciência hoje me permite uma avaliação observacional. Cem pessoas tratadas com o nosso protocolo, apenas com a medicação que a gente tinha fornecido na unidade básica de saúde, isso é um fator observacional com uma quantidade bem favorável para uma única médica prescrevendo, porque estou falando de mim, mas é assim também com os colegas”, defendeu a cardiologista.

A ideia da opção terapêutica – que não é uma cura, ressalte-se – é atuar no organismo do indivíduo antes da instalação da doença, ou seja, antes do quinto dia.

“A nitazoxanida é um antiparasitário que tem uma função antiviral também. Então, ele vai atuar na membrana celular evitando que o vírus entre na célula e ao mesmo tempo estimulando a defesa inata. A ivermectina vai atuar no núcleo, evitando que o RNA, o material genético do vírus, seja replicado, impedindo que consiga se reproduzir”, explicou o epidemiologista Patrício Almeida.

Patrício Almeida: antiparasitários impedem que vírus se replique

Sobre a azitromicina, ele explicou:

“Além dela ter uma ação sobre uma infecção oportunista, aquela infecção secundária associada à primeira infecção, ela também tem uma ação sobre a replicação do vírus, porque ela evita a formação da proteína que é a chamada capa do vírus. Os vírus são seres moleculares, eles têm uma cápsula proteica e sem ela, não se replicam”, concluiu Patrício.

Em Macapá, a medicação está sendo distribuída nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) exclusivamente voltadas para o combate da covid-19: Lélio Silva, na zona sul; Marabaixo, na zona oeste; e Álvaro Correa, na zona norte.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!