Por SELES NAFES
A advogada do estudante de engenharia Caio Penha, de 22 anos, identificado pela Polícia Civil do Amapá como a pessoa que teria convocado atos de quebra-quebra em duas redes de lojas de Macapá, diz que o jovem passou a ser ameaçado depois que o caso foi divulgado, nesta quarta-feira (3).
O estudante prestou depoimento à polícia, e confessou ser o autor da postagem que convidou internautas a fazer quebra-quebra na Domestilar e Center Kennedy, no último dia 31 de maio. O convite foi compartilhado por várias pessoas, algumas interessadas em participar do suposto ato de vandalismo.
Procurada pelo Portal SN antes da publicação, a defesa do estudante só se posicionou horas depois. A advogada identificada apenas como Marcione disse que só comentaria as acusações a seu cliente perante a justiça, “a quem cabe julgar”.
Apesar de sempre divulgar nomes de investigados quando tem acesso a essa informação, o portal foi duramente criticado pela advogada por ter revelado o nome do estudante investigado, mesmo ele sendo maior de idade e responsável por seus atos.
“(…) Está recebendo várias mensagens de ameaças de agressão física, de morte, sendo taxado de vagabundo, marginal, maconheiro. (…) Você poderia ter pensado que ele tem uma família e você como pai e chefe de família sabe como essas situações trazem transtornos, ainda que meu cliente tenha cometido um infeliz ato. Seja mais ético em suas publicações e fique a vontade de publicar o que estou lhe respondendo”.
“Infelizmente o seu site foi leviano em sua publicação ao divulgar o nome, a idade e o onde meu cliente estuda, inclusive divulgando foto do rapaz, fato que a própria Polícia Civil não fez”, disse indignada a advogada.
NOTA DO PORTAL:
1) Em 5,6 anos de existência, o portal já publicou fotos e nomes de muitos investigados e condenados por crimes. Isso é a natureza do jornalismo, e não há porque ser diferente neste caso.
2) O jornalista tem como obrigação ir além do release oficial da polícia sempre que for possível, e apurar o máximo de informações a respeito de um caso, sem emitir juízo de valor. E sempre procurando ouvir o o outro lado.
3) Nenhuma foto clara do investigado, a não ser a miniatura do Twitter, foi divulgada. Entendemos que não somos responsáveis por ameaças que estão sendo feitas ao estudante. Lembramos que ele fez o convite de quebra-quebra publicamente nas redes sociais, e por isso também está sujeito a julgamentos nem sempre justos nesse mesmo espaço democrático e, infelizmente, hostil.
4) Repudiamos a conduta de pessoas intolerantes que pregam violência nas redes sociais, e que agora estão ameaçando o estudante. É necessário que isso também seja investigado na mesma medida.