Horário de igrejas é ampliado, mas sacerdotes avaliam reabertura com cautela

Culto antes da pandemia. Igrejas evangélicas e católicas estão encarando o decreto de formas diferentes no Amapá. Foto: Seles Nafes
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Por SELES NAFES

O prefeito de Macapá, Clécio Luís (Rede), decidiu mudar a parte do decreto de flexibilização da quarentena que versa sobre o horário de funcionamento dos templos religiosos. Atendendo a um pedido das religiões africanas, todas as igrejas e centros religiosos poderão funcionar 24h por dia, mas nem todos irão reabrir.

Em entrevista ao Portal SelesNafes.Com ontem (15), antes de publicar o decreto definitivo, o prefeito informou que as igrejas funcionariam de 6h às 19h, seguindo normas rígidas como um fiel para cada 4 metros quadrados, distanciamento mínimo de 1,5 metro, e lotação máxima de 50 pessoas, independentemente do tamanho do templo.

Depois, no entanto, houve mudança no horário de funcionamento. 

“Tivemos uma reivindicação dos grupos afros que não se reúnem durante o dia, apenas de madrugada. Então reduzimos o número de participantes nos cultos de 100 pessoas para 50, e ampliamos para 24h dando mais liberdade para os sacerdotes fazerem suas celebrações”, explicou o subsecretário de governo da PMM, Edvan Barros.

Religiões africanas pediram ampliação do horário de funcionamento. Foto: André Silva

Cautela

O decreto entrou em vigor ontem, mas nem todas as igrejas reabriram suas portas. Com 150 templos no Amapá, o Evangelho Quadrangular reunirá seu colegiado nacional de pastores e bispos para discutir o assunto hoje, às 18h, numa videoconferência.

“Ontem nós definimos que todos os templos terão termômetros/pistola para fazer a aferição de temperatura dos fiéis, mas ainda vai ser muito complicado levar os idosos para a igreja, a não ser que a gente faça o rastreamento dos que já tiveram a covid-19 e possuem anticorpos”, ponderou o presidente das igrejas Quadrangular, Guaracy Júnior.

Ele lembrou que a realidade de Macapá é diferente de outras cidades, por isso, será necessário tomar decisões regionais para reduzir a possibilidade de erros.

Guaracy Júnior: reunião nacional discutirá o assunto. Foto: Seles Nafes

Pastor Josué Almeida: isolamento voluntário para proteger idosos e grupos de risco. Foto: Igreja Adventista/Divulgação

Com 120 templos no Amapá, os adventistas também estão cautelosos. Na igreja central, a decisão é de esticar a quarentena voluntariamente até o dia 4 de julho, quando devem ser retomados os cultos presenciais.

“Cada igreja com o seu pastor tem a liberdade de decidir, já que o decreto dá essa abertura. Mas acredito que algumas igrejas ainda não irão abrir, pois temos uma parcela de idosos muito significativa”, lembra o diretor regional da Igreja Adventista do 7º Dia, Josué Almeida, que também preside o templo central.

Padre Rafael Donneschi: senhas e portas fechadas

Já as igrejas católicas reabriram todas, e criaram um sistema de senhas para obedecer ao decreto da prefeitura.

“Estamos distribuindo 50 senhas, e quando atinge a lotação nós fechamos as portas. Já tivemos missa de sétimo dia em que familiares tiveram que ficar de fora”, comentou o pároco da Catedral de São José, Rafael Donneschi.

Seles Nafes
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