Por OLHO DE BOTO
Militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) prenderam, na tarde desta segunda-feira (8), em Macapá, três homens suspeitos de integrarem uma quadrilha especializada em compras com dados roubados de cartões e documentos de vítimas.
Segundo a polícia, os golpistas ganhavam dinheiro revendendo os produtos que compravam, com os números de cartões de crédito roubados, em sites de lojas do comércio local – que agora funcionam online por causa da pandemia.
A prisão ocorreu graças às informações repassadas ao Disque Denúncia do Bope, que enviou uma equipe do Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro) ao local.
Na ação desta segunda-feira, os policiais do Giro conseguiram apreender R$ 3 mil em dinheiro, anotações com registro de compras superior a R$ 165 mil reais, várias notas fiscais, documentos de vítimas diversas, além de diversos produtos comprados ilegalmente.
Entre os materiais apreendidos estão geladeira, bicicleta, televisão, cadeira de escritório, entre outros. Mas o que mais chamou a atenção foi um carro, modelo Polo, zero quilômetro comprado à vista por R$ 65 mil, em espécie.
Os infratores e a mercadoria apreendida foram entregues no Centro Integrado de Operações e Segurança Pública (Ciosp) do bairro Pacoval, na zona norte de Macapá.
De acordo com a polícia, a quadrilha revendia a mercadoria em Macapá mesmo, por valores bem abaixo do mercado, mas sempre por dinheiro em espécie.
A polícia acredita que o prejuízo causado pelos estelionatários às vítimas que tiveram dados roubados e lojas onde as compras foram feitas a prazo – e não seriam pagas– ultrapasse os R$ 200 mil.
O delegado Wilker Andrade, plantonista do Ciosp do Pacoval, explicou que donos de lojas de Macapá já haviam desconfiado das compras frequentes e com valores altos, sempre em torno de R$ 5 mil a R$ 15 mil em uma única venda.
Os empreendedores tiveram certeza de que se tratava de uma ação criminosa coordenada quando uma vítima da organização entrou em contato questionando uma compra no valor de R$ 5 mil em uma loja sediada em Macapá. Ela mora no Estado de Pernambuco e avisou que não faz compras pela internet.
“Esperamos que nos próximos dias várias vítimas, entre pessoas e lojistas, entrem em contato, pois a ação dessa associação parece ser grande. Também estamos verificando a procedência do dinheiro que foi usado para comprar o carro à vista”, destacou o delegado.
Ele arbitrou fiança de R$ 150 mil aos 3 presos. Com isso, cada um teria que desembolsar R$ 50 mil para responder em liberdade por estelionato e associação criminosa. Como nenhum pagou, eles terão que aguardar presos até decisão judicial na audiência de custódia, prevista para ocorrer ainda nesta terça-feira (9).