Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Acostumado a desafios dentro de campo, o craque de bola amapaense Ubiratan Espírito Santo, Bira, o “Tremendão”, de 67 anos, está enfrentando a mais difícil disputa da sua vida, um câncer no fígado.
Como nos tempos de glórias dentro dos gramados, ele novamente conta com a força que vem das arquibancadas. Para ajudá-lo a driblar a doença, torcedores, fãs e amigos estão até vendendo máscaras de proteção contra a covid-19 para arrecadar fundos para o tratamento do craque.
A iniciativa surgiu da torcida organizada do Clube do Remo “Leões 33 Amapá”, que iniciou uma campanha, abraçada pelo próprio clube em suas redes sociais.
A torcida, porém, foi mais longe. Além da divulgação, os torcedores e amigos do Bira mandaram fazer máscaras de pano com o nome do craque e a estão vendendo a R$10. Todo o lucro é destinado à família do jogador para ser revertido no jogo contra o câncer.
Bira está em casa, em Macapá, com os devidos cuidados de isolamento social, sem sentir dores, feliz e emocionado com o reconhecimento e apoio que tem tido nesses momentos difíceis, de acordo com a família.
História
Da excelente safra de jogadores que o Amapá revelou nos anos 1970, como Jason e Aldo (irmão de Bira), que jogaram em grandes clubes nacionais como o Flamengo, Fluminense, Atlético Mineiro e outros, Bira foi um dos que mais brilhou.
Até hoje é o maior artilheiro do campeonato paraense de futebol, com impressionantes 32 gols marcados em uma única edição, e o quarto maior artilheiro da história do Remo. Na época, Bira jogava na equipe do Leão da Amazônia que foi tri-campeã estadual em 1977/78/79.
O Tremendão duelava com um centroavante de renome nacional: Dario Silva, o Dadá Maravilha, que fez partidas históricas jogando pelo Paysandu. Na final do torneio de 1979, Bira fez o gol do título, em uma vitória de virada sobre o rival, conquistando o segundo campeonato da era Mangueirão.
Depois do Remo, Bira ainda teve passagem no Internacional de Porto Alegre, onde foi campeão brasileiro ao lado de outros craques como Falcão e Mário Sérgio.
Apoios
Mas a rivalidade entre times fica mesmo só dentro de campo e em saudáveis brincadeiras, pois neste momento difícil, não é incomum que antigos e apaixonados torcedores do Papão da Curuzu, também busquem ajudar Bira de alguma maneira.
“Tem torcedor do Paysundu comprando, até mesmo batendo foto com a máscara do Bira e com a camisa do Paysandu, então isso está sendo muito gratificante. Vamos para o segundo lote de máscaras, queremos vender pelo menos 300, pra conseguir uns 3 mil reais, é pouco, mas qualquer coisa que entrar, já é uma ajuda”, declarou Bebeto Silva, membro fundador da Leões 33 Amapá.
Para adquirir a máscara, em Macapá o contato é (96) 99131-7409 (Bebeto) e em Belém o contato é (91) 99141-0990 (Rozely). Para outros lugares do Brasil, podem ser feitas encomendas acima de cinco máscaras.