Sete pessoas, dentre as quais cinco estão presas, foram indiciadas por estelionato e associação criminosa após uma investigação da Polícia Civil confirmar que elas formavam uma quadrilha que enganou empresários com falsas vendas de animais nos municípios de Macapá e Santana. A polícia não revelou os nomes dos envolvidos, pois as investigações continuam.
Como sempre, os golpes eram aplicados por celular e comandados de dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), localizado na zona oeste de Macapá, e com apoio de pessoas fora do presidio.
Busca resultou na apreensão de 55 celulares, drogas e outros objetos. Fotos: Divulgação
A investigação foi comandada pela delegada Luísa Maia, da 2ª DP de Santana, município a 17 km de Macapá. Ela disse ter identificado o líder da facção e outros quatro detentos que pensavam a fraude e ordenavam aos membros de fora da penitenciária para fazer visitas às vítimas e fazer fotos e filmagens que seriam usados na falsa negociação para convencer e enganar as vítimas.
Uma delas foi um empresário de Santana, que pensou ter comprado R$ 18 mil em cabeças de gado, após ter visto vídeos com o suposto rebanho do fazendeiro vendedor, que, na verdade, era um dos membros da facção. Outra vítima caiu no mesmo golpe e pagou R$ 7 mil ao bando.
Segundo a delegada, outros golpes na mesma modalidade já estavam “engatilhados”, mas a polícia entrou em cena e desarticulou os criminosos – pelo menos por algum tempo – ao cumprir, na terça-feira (30), um mandado de busca e apreensão no pavilhão F1.
Reprodução de imagem do vídeo usado para enganar uma das vítimas
Com apoio de policiais penais da guarda interna, agentes da 2ª DP apreenderam a principal ferramenta par aplicação dos golpes: 55 telefones celulares, que estavam escondidos em um buraco debaixo do vaso sanitário de uma das celas onde os líderes da facção estão presos.
Além dos aparelhos, os policiais encontraram também 40 carregadores de diferentes modelos de celular, vários fones de ouvido, 4 cabos de telefonia rural – utilizados para melhorar o sinal dos telefones celulares – 11 munições calibre 38, 42 porções de drogas, 10 estoques (arma branca de fabricação caseira e uma corda feita de lençóis.
Delegada Luísa Maia, da 2ª DP de Santana, comandou as investigações e busca no Iapen
Com a ação, a polícia acredita ter impedido que outras vítimas perdessem R$ 45 mil para os criminosos
“Dos crimes que estamos investigando, o prejuízo total com a falsa venda de gado seria de R$ 70 mil. Com certeza, esse dinheiro iria fomentar armamentos para a facção, seria usado para facilitar fugas de líderes. Então isso mostra a importância de ser combatida essa prática de golpes executados de dentro do Iapen com uso de aparelhos celulares”, considerou a delegada Luísa Maia.
Equipe da 2ª DP de Santana teve apoio…
… de policiais penais do Iapen no cumprimento do mandado de busca e apreensão
Conforme as investigações, o grupo é formado por parentes do preso líder da facção e, também, por mulheres com quem os detentos mantém relacionamentos amoroso.
“Essa busca no Iapen foi crucial pra gente neutralizar por hora essa prática criminosa, pois eles são muito convincentes com as vítimas, principalmente porque contam com ajuda de fora do presídio”, avaliou a delegada.
