Entregadores de Macapá não paralisam, mas reclamam da má-fé

Ontem (1) fizeram um protesto nacional. Em Macapá não houve ato, mas profissionais reforçaram algumas pautas
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Milhares de trabalhadores do ramo de entrega de comida pronta fizeram manifestações em diversas capitais brasileiras nesta quarta-feira (1º) com diversas pautas. Em Macapá, a paralisação não ocorreu, mas os entregadores apoiaram a manifestação nacional reforçando as reivindicações, entre elas a falta de seguro de vida e contra acidentes, além de melhor remuneração.

O Portal SelesNafes.Com esteve na esquina da Avenida Coaracy Nunes com a Rua Eliezer Levy, no centro de Macapá, onde diversos entregadores reúnem-se na espera dos pedidos, e descobriu que existem outros problemas enfrentados por eles.

Ali, eles contaram que os entregadores de Macapá ainda precisam de mais união, que estavam sabendo da manifestação e que apoiam todas as pautas do movimento que teve a hastag #brequedosapps.

Mesmo sem participarem efetivamente, eles contaram ao sobre a jornada extenuante de trabalho diário, sobre a pequena taxa que recebem por entrega e o fato de terem que lidar com clientes que agem de má fé.

Luiz é professor de educação física desempregado: clientes com má-fé. Fotos: Marco Antônio P. Costa

Entregador leva o pedido e cliente diz que não recebeu

No dia 22 de junho, Luiz Fernando Chavez Nazaré, o Fernando, de 35 anos, fez 18 entregas. Na última, o cliente relatou ao aplicativo Ifood que o pedido não foi entregue. Quando isso ocorre, o aplicativo é obrigado a devolver o dinheiro ao cliente e desconta o valor na remuneração do entregador. Ele relata que isso é comum.

“Fiz 18 entregas, aí na 18ª foi que deu problema. O cliente relatou que eu não entreguei o pedido, sendo que eu retirei o pedido do restaurante, dei a saída no meu aplicativo e em seguida eu fui deixar no hotel. Deixei o pedido lá e logo em seguido o cliente relatou que eu não tinha entregue”, contou Fernando.

Um dos problemas é que os aplicativos escutam apenas o lado dos clientes e não do entregador. Ele mandou e-mail para o aplicativo e até então não foi bloqueado, mas o problema não foi resolvido.

Entregadores ficam num só lugar à espera dos pedidos: sem paralisação, mas com apoio ao protesto nacional

“É comum e pra mim com certeza é de má fé, a gente está fazendo as nossas entregas, especialmente de bicicleta, a gente se mata pra ganhar pouco e além de ganhar pouco tem cliente que age de má fé com a gente”, complementou o jovem.

Fernando, que é formado em educação física e está desempregado, trabalha 11 horas por dia, todos os dias da semana. Ele começa às 11 da manhã e vai até às 15 horas. Almoça e volta às 16 horas até às 23 horas.

Para ele, as empresas têm que aumentar o valor pago para o entregador em cada pedido e valorizar mais o profissional. O lema da manifestação nacional foi: “sou trabalhador e não empreendedor”.

Seles Nafes
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