Habitação Popular na Amazônia foi escrito pela doutora em urbanismo, Bianca Moro. Foto: Fernando Santos/Arquivo SN
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Por SELES NAFES
O livro “Habitação Popular na Amazônia” (editora Appris/2020), escrito pela doutora em urbanismo Bianca Moro de Carvalho, se apoia em números e documentos cartográficos oficiais, entrevistas e estudo de campo para traçar um amplo diagnóstico das habitações em áreas de ressaca, as chamadas “favelas da Amazônia”. Ao analisar esse fenômeno, a obra aborda o contexto social e habitacional no Brasil e na América Latina.
Em Macapá, a autora focou em quatro grandes áreas de ressaca invadidas nos últimos 25 anos. A pesquisa revelou, por exemplo, que o avanço desse tipo de moradia iniciou na década de 1950, mas só teve um boom a partir dos anos 1990 com o advento da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana (ALCMS), política econômica do governo federal que produziu um grande fluxo migratório para o Amapá e outros estados da região amazônica.
A obra mostra as principais características das habitações em áreas úmidas de Macapá, desde a origem a partir de invasões, ao fato comum da autoconstrução.
Livro mostra os motivos das ocupações em quatro grandes aéreas. Foto: Seles Nafes
Doutora Bianca Moro de Carvalho. Foto: CAU/Unifap
Com muitos dados, Bianca Moro procura estabelecer um paralelo entre o crescimento da desigualdade social e o avanço das habitações irregulares, além de analisar planos diretores, estatutos de cidades e a dificuldade em executá-los.
Um dos capítulos narra a ocupação do Território Federal do Amapá e as primeiras invasões geradas pela migração estimulada pela área de livre comércio.
Filme
Habitação Popular na Amazônia já pode ser comprado em sites de livrarias, como na amazon e no submarino, mas ainda não há uma data para uma noite de autógrafos por conta da pandemia.
No canal da autora no Youtube, é possível assistir ao documentário “Housing Problems” (Problemas de Habitação). O nome é inspirado no filme homônimo de 1935 considerado o primeiro a empregar a metodologia de dar voz a uma população.
O filme amapaense foi dirigido pelo professor Peter Lucas e Bianca Moro, com produção da procuradora de Justiça Ivana Cei e apoio do Ministério Público do Estado. Assista.
