Por SELES NAFES
Depois da reação do Ministério da Justiça que determinou à Polícia Federal a abertura de inquérito, foi a vez do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), condenar o artigo “Por que torço para que Bolsonaro morra”, assinado pelo filósofo Hélio Schwartsman, e publicado no site do jornal Folha de São Paulo, ontem (7).
Davi lembrou que como judeu carrega a dor da intolerância religiosa e sempre se posiciona no combate a toda e qualquer discriminação.
“Principalmente contra atitudes raivosas, cheias de ódio e desprovidas de humanidade. O respeito à vida deve vir acima de qualquer questão, seja ela política, ideológica ou de qualquer ordem”, diz ele.
Hélio Schwartsman assina seus artigos como filósofo, apesar de ser identificado como jornalista por alguns veículos que noticiaram a polêmica. No texto, ele diz que torce pelo agravamento do estado de saúde do presidente, embora as religiões preconizem que não se deve desejar o mal ao próximo.
“(…) Aqueles que abraçam éticas consequencialistas não estão tão amarrados pela moral tradicional”, justifica, referindo-se ao presidente.
“(…) A vida de Bolsonaro, como a de qualquer indivíduo, tem valor e sua perda seria lamentável (…). No consequencialismo, todas as vidas valem rigorosamente o mesmo”.
Para Schwartsman, a possível morte do presidente seria um grande recado ao negacionismo.
O presidente do Senado lembrou que o Brasil já perdeu vidas demais (66 mil na pandemia), e que nesse momento é necessário exercer uma das melhores qualidades do brasileiro, a empatia.
“Não há ‘consequencialismo’ que deseje a morte de alguém como saída política para uma pandemia sanitária. O único extermínio que se quer, e pelo qual devemos torcer, é o do vírus”.
Bolsonaro anunciou ontem que foi infectado pelo novo coronavírus, mas que está apenas com sintomas leves, e fazendo uso de hidroxicloroquina.