Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
O governador Waldez Góes (PDT) reuniu a imprensa para divulgar os números do novo boletim epidemiológico do Estado e fazer um alerta sobre o crescimento na taxa de ocupação de leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o que pode levar o Amapá a ter que retroceder nas medidas de abertura sociais e econômicas.
Segundo Waldez, se esse número ou o de outros indicadores continuarem subindo, o Amapá perderá o direito à reabertura que conquistou até aqui.
Na semana passada, o Amapá tinha apresentado a pontuação 4, o que colocava o Estado ainda dentro da classificação de risco baixo e o aproximava da melhor classificação possível, que é muito baixo.
Nesta semana, por conta do crescimento deste indicador – a taxa de ocupação de leitos –, a pontuação foi 7, mas com uma ressalva: por conta de uma inconsistência no sistema de classificação de riscos do Ministério da Saúde (MS), um dos dados ainda não foi computado.
Isso significa que o Amapá pode estar no limite da classificação de baixo risco, que vai até a pontuação 9, ou até mesmo passar para a pontuação a partir de 10, que representa uma classificação de risco “moderada”.
A taxa de ocupação de leitos clínicos adulto subiu 10,65% em relação ao relatório anterior, ficando em 66,46%. A ocupação de leitos de UTI, cresceu 7,72%, ficando em 69,07% da capacidade existente.
Todos os outros dados seguem estáveis. O número de óbitos das últimas quatro semanas, por exemplo, foi: 6, 7, 7 e 5, respectivamente, mas o alerta está baseado na premissa de que se cresce a taxa de ocupação de leitos, outros indicadores podem crescer, especialmente a taxa de letalidade.
Sobre as medidas tomadas, Waldez afirmou que irá repassar a situação para todos os prefeitos e para a população, para que todos redobrem os cuidados, alertas e fiscalizações, pois segundo o mandatário, apenas um retorno consciente, respeitando as medidas sanitárias de higiene e distanciamento social é que pode garantir pleno funcionamento no futuro.
“Nós já passamos pelo pico da doença, iniciamos todos nós o processo de retomada ao novo normal, cada semana conquistamos um pouco mais o direito de voltar à convivência social, mas se isso não for feito redobrando os cuidados de distanciamento e de todas as outras medidas, seja pelo poder público ou privado, realmente, pelo que estamos vendo aí, mais uma semana, se continuar nessa pegada, podem esperar a epidemiologia, o comitê médico-científico me entregar um relatório no início da semana, e eu ter que, por decreto, reorientar, todos os municípios e a sociedade, setor público e setor privado a novas medidas”, analisou o governador.
Ainda esta semana, a equipe científica que produz o relatório a partir dos dados do município irá informar sobre a atualização de dados e indicadores.