Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Como nas próprias acrobacias feitas por eles, saltou muito nos últimos anos o número de artistas de rua que se apresentam nos semáforos de Macapá com malabares, bolas, bambolês e até fogo.
De várias partes do país – e do mundo –, eles contam que o povo amapaense é carinhoso e, na grande maioria das vezes, os trata muito bem, mesmo quando não dão contribuições.
O Portal SelesNafes.com conversou com alguns destes personagens do dia-a-dia da cidade, para saber um pouco das suas histórias de vida e como são suas rotinas.
O casal formado pela estudante de Filosofia Sara de Souza Marinho, de Santarém (PA), e Luiz Armando, da cidade de Barcelona, em Anzoátegui (Venezuala), por vezes trabalha em conjunto com a amiga caraquenha Ninosca Silva.
O casal tem uma perspectiva de vida diferente do que Ninosca. Eles querem estabilizar-se agora em Macapá, já que a moça foi bem no Enem e conseguiu uma vaga na Universidade Estadual do Amapá (UEAP). E ele pretende fazer o mesmo.
O casal que se conheceu em Macapá, mora de aluguel no Bairro do Araxá, zona sul da cidade, e diz que tem que ralar muito para conseguir fechar as contas.
Já Ninosca, aos 35 anos, e com formação superior em Artes Cênicas, está em outra fase da vida e quer seguir viajando. Já esteve no México, Colômbia e outros países latinos, mas diz que gosta mesmo é do Brasil e do brasileiro.
Os três foram unânimes aos ressaltar a simpatia do brasileiro. Xenofobia e uma ou outra pessoa que tratam mal, geralmente com a máxima do “vai trabalhar!”, existem, mas são minoria, garantem os artistas viajantes.
“É um povo muito gentil que apoiou bastante, desde o começo, todos nós. A verdade é que o povo amapaense, o povo brasileiro, é um povo maravilhoso, porque é um povo que sabe quem é artista e ajuda e é muito generoso. Mesmo quem não ajuda, a gente percebe que nos assistem, ficam olhando nossa apresentação”, declarou Ninosca.
Aluguel, faculdade e emprego
Em outro sinal, Edgar Silva, o palhaço Bibi Jujú, pedia de carro em carro: “me ajude a pagar o aluguel e a faculdade”. Edgar mora com a mãe no Bairro São Lázaro, na zona norte de Macapá. Há cinco anos trabalhando nas ruas, ele conta que já teve empregos neste período, mas todos temporários.
“O que eu quero mesmo é um emprego fixo, pode ser na área de vendas, ajudante de depósito, qualquer coisa que me ajude a ter estabilidade. Eu estou cursando Recursos Humanos. Também vendo amendoim, mas estou sem dinheiro para comprar agora. Preciso de ajuda até para comprar alimentos. Agradeço essa matéria e quem puder ajudar, é só entrar em contato”, declarou Edgar Silva.
Ele planejava conseguir R$ 30,00 durante o seu dia de trabalho. Quem quiser ajudar o artista, contato de Edgar é (96) 98407-2987.