Por OLHO DE BOTO
Bêbado, sem habilitação e conduzindo crianças em um veículo sem licenciamento, com IPVA atrasado. Segundo a polícia, foi desta forma que Ramon Sena Palheta, de 20 anos, furou uma barreira de trânsito, avançou diversos sinais vermelhos e provocou a colisão que resultou na morte da própria mãe, Clebia Maria Monteiro Sena, de 46 anos.
De acordo com o tenente Santiago, do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), na tarde de domingo (9), por volta de 17h, Ramon dirigia uma Strada, de placa NEZ-2619 quando fugiu de uma blitz da PM e da Guarda Municipal, dando início a uma perseguição.
“Ele chegou a encostar o carro, mas saiu cantando pneu e em alta velocidade da barreira e foi seguido por uma viatura da Guarda Municipal”, contou o tenente.
Depois de atravessar vários cruzamentos com o sinal vermelho, finalmente ele avançou mais um fechado, o da esquina da Avenida Antônio Coelho de Carvalho com a Rua Jovino Dinoá, no Bairro Central de Macapá.
O carro que ele bateu, um HB20, era conduzido por Ruan de Oliveira Silva, habilitado, motorista de aplicativo, que estava em condições normais, e levava pessoas como passageiros Marcos Antônio Correa, de 33 anos, Débora Silva Lima, de 28 anos, Suelem Furtado dos Santos, 34 anos, e mais duas crianças de 1 e 11 anos de idade.
Além da mãe, Ramon transportava duas crianças, dois gêmeos de apenas 9 meses de vida.
Foram necessárias várias equipes do Corpo de Bombeiros e do Samu para socorrer as 10 pessoas envolvidas. Clébia ficou presa entre as ferragens. Os bombeiros tiveram que serrar a lataria do carro para resgatá-la. Todas as vítimas foram levadas ao Hospital de Emergências, que fica a menos de 600 metros do local do acidente.
Os passageiros do HB20 usavam cinto de segurança e foram liberados depois de atendimento médico. Horas depois, por volta de 21h, Clébia não resistiu e faleceu no HE.
A PM informou que o teste de etilômetro em Ramon apontou a embriaguez. Ele não chegou a ser apresentado na delegacia porque ficou em observação no hospital. Contudo, isso não impediu dele ser autuado por: dirigir veículo sem habilitação (Art. 162) e sob influência de álcool (Art. 165), conduzir veículo não licenciado (Art. 230) e transportar criança sem observância das normas do Código de Trânsito Brasileiro (artigo 168).
Agora ele aguarda audiência de custódia. A Justiça vai decidir se ele responderá aos processos em liberdade ou preso.
“Ele nos contou que fugiu da barreira porque havia ingerido bebida alcóolica e também sabia que tinha várias irregularidades, entre elas não possuir habilitação”, acrescentou Santiago.
A picape estrada foi removida para o pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).