Os carapirás que reaproveitam luvas hospitalares e comida do lixo

O risco de contaminação é eminente no Aterro Sanitário de Macapá. Os catadores dizem que lavam luvas que chegam em lixos hospitalares e utilizam para trabalhar
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Por RODRIGO ÍNDIO

Em meio a uma imensidão de lixo, homens e mulheres passam horas catando os restos dos resíduos e materiais para faturar alguma renda no fim do mês. Dali, até comida é tirada para alimentar a família.

O risco de contaminação é eminente no Aterro Sanitário de Macapá. Os catadores dizem que lavam luvas que chegam em lixos hospitalares e utilizam para trabalhar. Lá, os materiais mais procurados são os recicláveis, como garrafas pet, sacolas plásticas, cobre e alumínio.

É daqui que eles sobrevivem. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Há quem vive ali há mais de 30 anos, outros ficaram desempregados e buscaram no lixo a alternativa para viver

O portal SelesNafes.com conversou com algumas dessas pessoas, conhecidas como carapirás, que lutam pela sobrevivência a partir do lixo.

As histórias são diversas. Há quem vive ali há mais de 30 anos, outros ficaram desempregados e buscaram no lixo a alternativa para viver. Existem também, jovens sonhando em se formar para tirar os pais dessa vida. Assista:

Os entrevistados relatam ainda que não recebem benefício por parte do poder público. Entre tantas informações negativas, um detalhe alegra. Nenhum carapirá contraiu a covid-19, segundo as associações.

Ação

Nesta quarta-feira (5) a Secretaria Municipal de Assistência Social entregou cestas básicas, adquiridas de doação do Ministério Público do Trabalho (MPT), para o enfrentamento da covid-19 destinada aos 203 carapirás do Aterro Sanitário de Macapá.

Semast entregou cestas básicas, adquiridas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT)

Os contemplados são membros das Associações dos Catadores do Aterro Sanitário (Acam), de Catadores da Ilha Redonda (Ascam) e não associados. No total, 156 cestas foram entregues, o restante receberá a ajuda em casa.

Segundo a secretária da Semast, Mônica Dias, o recurso do MPT para o município foi de R$ 941,82 mil. Deste total, R$ 303 mil foram para a compra de 2.903 cestas básicas (auxílio alimentação), no valor de R$ 110,00 cada uma, que estão sendo doadas para comunidades e para atender uma solicitação da própria Justiça do Trabalho.

Equipe da Semast fez entrega de cestas aos carapirás

“Nosso papel é garantir que essa ajuda chegue até quem mais precisa”, disse Mônica Dias.

Um comitê que acompanha a transparência municipal formado por membros da gestão e sociedade civil esteve fiscalizando a ação.

Seles Nafes
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