Pouso forçado: sobrevivente aniversariante narra sufoco e diz que nasceu de novo

Sérgio Paulo, de 57 anos e Alexandre, de 54, eram os passageiros: aeronave pousou forçadamente no Amazonas, a aproximadamente 18 km de Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Uma falha técnica pode ter sido a causa do acidente aéreo ocorrido no Rio Amazonas, próximo de Macapá, na tarde desta sexta-feira (21), é o que revelam Sérgio Paulo, de 57 anos e Alexandre, de 54 anos.

Os sobreviventes contaram ao Portal SelesNafes.Com como foram os momentos que antecederam o pouso forçado da aeronave monomotor modelo EMB-710 “Carioca”, de fabricação da Embraer, por volta de 17h.

Sérgio e comandante do GTA, Dirley

Sérgio, que é advogado da empresa de mineração Carará, proprietária da aeronave, contou que ele e o amigo Alexandre, administrador de empresas, vieram de Belém no voo comandado pelo piloto Sandoval, experiente comandante amapaense, também conhecido como “Pepeu”.

“Nós vínhamos de Belém e ele [o piloto] já tinha contatado à Infraero que iríamos pousar na pista do Curiaú. Ele tinha ido buscar essa aeronave que veio da manutenção e quando aproximou ele disse que foi trocar de tanque, e a seletora eu acho que falhou. Aí ele não conseguiu, ele tentou várias vezes acionar, viu que não deu e já olhou pra baixo procurando um lugar para descer a aeronave”, relatou o sobrevivente.

Depois disso, o piloto ainda conseguiu fazer uma curva, pois já estava próximo da margem, e o motor parou, aí ele pousou sobre o rio. Sérgio relembrou o momento do impacto.

“Assim, foi um susto, mas eu segurei no painel, eu vinha com o Sandoval na frente, segurei para não machucar meu rosto, e o Alexandre estava atrás de mim e chegou a machucar um pouco a canela dele, porque ele é grande, mas foi tudo muito rápido”, contou Sérgio.

Sobreviventes foram resgatados por ribeirinhos. Fotos: Divulgação

Assim que a aeronave parou, Sandoval pediu para que abrissem as portas e já ia passando uma embarcação de ribeirinhos próximo ao avião. Quando as portas foram abertas, a ajuda já estava ao lado da aeronave.

O avião não chegou a afundar, apenas parte dele ficou submersa, porque o local estava raso.

Salvamento

Os ribeirinhos do Igarapé Pescada os levaram para a terra firme, mas o Grupo Tático Aéreo foi muito veloz. Ao sobrevoar o local, o comandante do helicóptero comunicou-se com o comandante do avião que, por sinais, comunicou que se tratavam de três passageiros e todos estavam bem.

“Fomos acionados via Ciodes que, por volta das 17 horas. Recebeu o telefonema de uma ribeirinha informando que um avião tinha caído dentro d’água. De imediato entraram em contato conosco, a equipe e a aeronave estavam prontas e em cerca de 6 minutos, chegamos no local, no setor nordeste de Macapá, distante algo em torno de 9 milhas, aproximadamente 18 km afastado da sede da cidade”, informou o comandante Dirley, do GTA.

Piloto do monomotor (ao centro), passageiros e equipe do GTA

O helicóptero pousou em um campo aberto na comunidade ribeirinha e trouxe os sobreviventes até a capital do Amapá.

Alexandre revelou que neste sábado (22) é seu aniversário: “Graças a Deus, nasci de novo”.

O comandante Sandoval ficou na área para auxiliar a empresa proprietária do avião monomotor, na tentativa de resgate do equipamento, operação que ocorreria ainda ontem noite para aproveitar a maré baixa, segundo informaram militares do GTA.

Em casos como esses, para que se definam as causas do acidente, o Cenipa, órgão da Aeronáutica, é quem é o responsável pelas investigações do acidente.

Seles Nafes
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