Abusador se masturba ao lado de garota em ônibus; podem existir mais vítimas

Imagens do assediador foram tiradas por jovem de 19 anos que estava sendo assediada num coletivo da linha Macapá/Santana.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

A jovem Andrela da Silva Santos, de 19 anos, passou por uma das piores experiências que já teve na vida.

No último sábado (12), por volta das 10h, ela foi surpreendida por um homem que se masturbava olhando para as suas pernas dentro de um ônibus, que transitava de Macapá para Santana, município a 17 km de Macapá. Havia poucas pessoas dentro do coletivo e Andrela conta como foram os momentos assustadores.

Homem pode já ter feito outras vítimas, segundo denúncias na internet. Fotos: Divulgação

“Peguei o ônibus no Km-9. Estava de camiseta jeans, mas nada justifica, né? Aí, eu tava mexendo no telefone, o ônibus estava praticamente vazio, eram poucas pessoas. Eu estava em um daqueles bancos mais altos. Quando olhei pro lado, tinha esse senhor, porque ele tem uma certa idade, sabe? Aí, ele estava fazendo o ato [se masturbando]. Eu fiquei muito nervosa neste momento e não tive reação. O certo era pra eu ter denunciado, mas eu não tive essa reação, me arrependi depois”, relembra Andrela.

Como é comum em casos como esses, a jovem parece ter a necessidade de se justificar, como se alguma culpa tivesse, ou pela roupa que vestia, por ter tido medo de denunciar ou não ter tido outra reação no momento. Ela segue o relato.

“Eu fiquei assustada na hora e dei um jeito e fui mais pra frente. Quando olhei para trás, ele veio para uma cadeira atrás da minha, só que do outro lado do corredor, e de novo eu o vi fazendo movimento por baixo da camisa. Ele esfregava a calça dele e teve um momento que ele tirou o membro [pênis] e ficou se acariciando. Era pra eu ter denunciado, mas o medo, o nervoso, fiquei em pânico e não fiz nada, infelizmente”, relatou a jovem, parecendo ainda estar assustada.

Ainda assim, Andrela conseguiu usar o seu celular, disfarçadamente, para tirar duas fotos do homem. A qualidade das imagens, pelo fato do ônibus estar me mexendo, não é das melhores, explicou a garota. Na mesma hora ela mandou mensagem para uma amiga, contando o que estava acontecendo.

Ao chegar em casa, no conforto da segurança da família, contou também ao irmão, que fez uma postagem em uma rede social. A publicação dele ganhou repercussão e nos comentários dela começaram a ser postados outros relatos de casos similares, nos quais algumas mulheres que afirmam já terem sido vítimas do mesmo homem, identificado pelas fotos, com o mesmo método e na mesma linha de ônibus.

Andrela conseguiu fotografar o suspeito e na mesma hora ela mandou mensagem para uma amiga…

… contando o que estava acontecendo

Em um dos relatos da postagem, uma moça contou.

“Sentei do lado dele e achei muito estranho ele ficar com a mão no meio das pernas e uma coisa em cima para cobrir, tipo uma bolsa ou uma sacola. Falei alto: o que que tu tá fazendo, vou já chamar a polícia pra ti se tu não descer desse ônibus, então ele pôs as mãos à mostra e desceu”, contou a jovem, também relatando que acabou não recebendo a ajuda de ninguém, que ninguém falou nada.

Além desse, há outros relatos que levam a crer que este homem é um abusador rotineiro, uma espécie de ‘Maníaco do ônibus’. Tão ruim ou pior que isso, são as dezenas de relatos de abusos ocorridos em outras partes da cidade, de mulheres contando os assédios que sofrem diariamente, em qualquer lugar, a qualquer hora do dia ou da noite, não importando com que roupa estejam.

Orientações

O Portal SelesNafes.Com conversou com a delegada Marina Guimarães, da Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DCCM) do Amapá. Ela comentou o assunto e repassou orientações gerais sobre como mulheres devem atuar em situações como essa.

Em primeiro lugar, a delegada acredita que Andrela não pode e não deve se sentir culpada por nada e que atuou bem. Andrela conseguiu tirar fotos e agora o abusador poderá ser identificado. Além disso, a moça trocou de lugar, o que também foi correto.

Delegada Marina diz que é importante vencer o medo do momento, criar coragem, porque, assim, a vítima se defende melhor e impede que outras mulheres passem por isso no futuro. Foto: Arquivo/SN

Em outras situações, a delegada orienta que as mulheres falem, chamem o motorista, peçam ajuda das pessoas, denunciem na hora o que está acontecendo.

Ela diz que é importante vencer o medo do momento, criar coragem, porque, assim, a vítima se defende melhor naquela hora e impede que outras mulheres passem por isso no futuro.

Por fim, Marina Guimarães pediu que a jovem Andrela da Silva formalize a denúncia na DCCM e a procure, pois a jovem será acolhida.

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