“Água servida” de residências atrapalha obras em Macapá, diz prefeitura

Problema já até provocou suspensão de obras, como na pavimentação e urbanização da Rua Hildemar Maia, que liga a zona sul à central da capital do Amapá.
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Por LEONARDO MELO

Com obras urbanas em vários pontos da cidade, a Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) notificou, e não descarta sanções a proprietários de residências que jogam as chamadas “águas servidas”, ou seja, a água de pias, torneiras e chuveiros, e outros formas de asseio e higiene domésticas, diretamente na rede de águas pluviais.

Durante as obras, as ligações clandestinas inundam e atrasam o serviço

À medida que as obras avançam, os canos residenciais vão aparecendo. Fotos: Leonardo Melo/SN

As ligações são consideradas clandestinas e na realização de obras, os canos começaram a aparecer, em vários pontos da cidade.

O próprio prefeito Clécio Luís (sem partido) gravou um vídeo falando sobre a questão, pois afirma que foi avisado pela empresa contratada para a obra na Rua Hildemar Maia, que teria que paralisar as obras por causa das águas servidas.

“Estamos aqui, em uma parte da obra de mobilidade em Macapá, na Rua Hildemar Maia, tá uma obra bonita, nós começamos na sexta-feira passada a fazer a pavimentação, só que tivemos que parar, a empresa nos notificou, por conta da quantidade de água servida que tem na borda da rua. Tivemos que parar a obra, isso é um absurdo. Queria fazer um apelo à população, que pudesse contribuir: não jogue água servida na rua”, declarou Clécio.

O problema está atrasando as obras…

… os trablhos na Rua Hildemar Maia

Segundo a PMM, a obra foi suspensa porque é estrutural e não apenas de recapeamento, visto que as águas servidas atrapalham e podem comprometer a qualidade final do serviço realizado.

Código de postura

Técnicos da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura Urbana (Semob) detalharam a questão, suas consequências e a obrigatoriedade dos órgãos estatais e dos proprietários em casos como esses.

Segundo Edson Valente, subsecretário da pasta, conforme legislações existentes, mesmo que não haja rede de esgoto no perímetro, o proprietário da residência é obrigado a construir um sumidouro para dar destinação a essa água.

Em Macapá, afirmou o subsecretário, como a rede de esgotos é muito pequena, ocorre que em muitos lugares há ligações clandestinas, com canos ligados das casas até as redes pluviais.

Edson esclareceu, ainda, que a rede de águas pluviais (chuvas) é de responsabilidade do município, enquanto que saneamento, portanto, esgoto, são uma competência do estado.

Edson Valente, subsecretário de obras do município: há uma certa indiferença por parte dos nossos munícipes em relação à essa questão

“As águas de lavatórios, pias, utilizadas para nossa higiene e que não se contaminam com esgoto, são as águas servidas, e elas não devem nunca ir para a rua, elas têm que ter tratamento dentro do terreno, seria um sumidouro ou uma fossa séptica”, explicou Edson.

O técnico também declarou que o problema tem aparecido em praticamente todos os lugares onde as obras estruturais estão sendo realizadas, como também na Rua Claudomiro de Morais.

São águas de pias e chuveiros que vão para a rua

“Os proprietários foram notificados, foram abordados, foram avisados exaustivamente e me parece que há uma certa indiferença por parte dos nossos munícipes em relação à essa questão. Eles simplesmente ficam passivos, diante desse problema enorme. A PMM pode até tomar medidas mais drásticas, em relação a isso, porque isso está previsto no código de postura municipal. Em outras cidades, há até interdição de prédios”, avisou Edson, sobre as consequências e medidas se nada for feito após as notificações.

Seles Nafes
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