Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
As histórias de Macapá e de muitos de seus personagens se confundem e foram construídas em torno – e dentro! – do Mercado Central de Macapá.
No último domingo (13), o mercado completou 67 anos e nesta quinta-feira (17) recebeu exposição de quadros, música ao vivo e visitas para marcar seu aniversário.
No dia 13 de setembro de 1953, o mercado foi fundado pelo então governador do Território Federal do Amapá, Janary Nunes, e pelo prefeito de Macapá à época, Claudomiro de Moraes. A ideia, bem sucedida por muitas décadas, era a de ajudar no escoamento da produção rural que desembarcava ali próximo, no centro de Macapá, no Trapiche Eliezer Levy.
Mais de meio século depois, após anos de fechamento e totalmente repaginado, o Mercado voltou a virar ponto de encontro e cartão postal, seja pela vizinhança afortunada de beleza, como o majestoso Rio Amazonas e a imponente Fortaleza de São José de Macapá, seja pelo próprio brilho da sua arquitetura e a força que sua história carrega.
Dona Consuelo Gomes Melo, de 64 anos, faz parte dessa história. Ela deixou para a filha, Hortência Melo, de 28 anos, um grande ‘pedaço’ de sua vida ao repassar o espaço em que, por 50 anos, funcionou o seu restaurante. Na administração da filha, e do genro, agora funciona uma lanchonete.
Dona Consuelo é a mais antiga inquilina das dependências do Mercado.
“Ela é a mais antiga do mercado. Hoje foi fazer uns exames de rotina, mas ela está bem e fica feliz em ser lembrada. Eu vinha todos os dias com a mamãe aqui para o mercado. Depois que comecei a estudar, saía da aula e passava a tarde toda aqui com ela. Ela vendia almoço, agora estamos com uma lanchonete. Eu não sei nem como falar, é uma vida aqui, passando de geração em geração”, contou Hortência Melo.
Almoço musical
A cantora Wellem Monte animou o almoço dos visitantes que estavam no Mercado nesta quinta-feira. O senador Randolfe Rodrigues, autor da emenda de R$ 2,5 milhões que permitiu, junto com contrapartida da Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) a reforma do espaço, almoçou no local e falou sobre passado, presente e futuro.
“Eu tenho emendas para várias obras em Macapá e no Estado todo. Com todo o respeito à todas, a menina dos meus olhos é o Mercado Central, sabe por quê? Porque aqui não é só a obra do cimento, a obra da alvenaria, do tijolo, aqui é obra da história. O Mercado Central é um centro do empreendedorismo e um do período histórico belíssimo de Macapá, um período em que a cidade estava se urbanizando, a nossa ‘belle époque’, ali entre os anos 1943 até 1955, 1956”, destacou o parlamentar.
Ele espera que nos próximos 70 anos do Mercado Central duas questões já tenham avançado: o entorno do local respeitando as linhas originais de arquitetura, e a climatização interna no espaço.
“A próxima etapa que vamos fazer aqui é a climatização do Mercado. A ideia é que seja da forma mais adequada para dar o maior conforto possível e mantenha as características arquitetônicas históricas. Aí, tecnicamente, irá se ver qual o melhor procedimento, se é uma central de ar, se é gelo seco, que é uma tecnologia. Agora, o recurso para climatizar nós vamos colocar, é para o ano que vem”, asseverou Randolfe.
Em 2020, R$ 310 mil foram alocados em emendas por ele para treinamento e capacitação dos empreendedores através de cursos ministrados pelo Sebrae Amapá.