Acadêmicos invadiram os canais oficiais da instituição sediada em Macapá para reivindicar estágio e outras pautas nesta quinta-feira (3).
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Acadêmicos da Universidade Federal do Amapá (Unifap) passaram o dia desta quinta-feira (3) em um protesto pela internet, cobrando da reitoria da instituição que aceite reunir-se com os discentes.
Estudantes ligados aos Diretórios Acadêmico (DA) e Central dos Estudantes (DCE) relataram que há tempos têm problemas de diálogo com a administração da universidade, mais especialmente com o reitor, o professor Júlio Sá.
Os ânimos, que já não estavam muito calmos, ficaram ainda mais acirrados quando a reitoria desmarcou, na véspera da data agendada, uma reunião com integrantes do DCE e estudantes dos cursos de saúde. O encontro estava marcado para as 10 horas desta quinta-feira.
No protesto online os estudantes exigem um encontro com a administração. Fotos: Reprodução e Arquivo/SN
Sem reunião, com as aulas paralisadas e sem possibilidade de fazer aglomerações, os estudantes, então, ocuparam as postagens dos canais oficiais da Unifap pela internet, notadamente na rede social Instagram e Facebook.
Cada estudante escreveu seu protesto de forma individual, mas em comum, quase todos utilizaram duas hastags: #UnifapSemReitor e #EstudantesSemVoz.
Um estudante de medicina, relatou que as páginas oficiais da universidade nunca tiveram tantas postagens institucionais seguidas num mesmo dia – o que, na visão dele, tratou-se de uma tentativa de diluir o protesto estudantil.
De fundo, a pauta dos estudantes não era, inicialmente, a questão democrática, e sim o retorno dos estágios dos estudantes dos cursos de saúde que estão próximos de se formar.
Quase todos utilizaram duas hastags #UnifapSemReitor e #EstudantesSemVoz
Enfermagem, Fisioterapia, Farmácia e Medicina são cursos que necessitam de estágios práticos obrigatórios para a conclusão, que são feitos em unidades de saúde do Estado e do município.
Os estudantes encaminharam à reportagem documentos onde a Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) e o Governo do Estado do Amapá (GEA) demonstram ter acordo com o retorno das atividades e também afirmaram que há garantias de Equipamentos de Proteção de Individual (EPI), caso o retorno ocorra.
Entretanto, como as aulas e demais atividades da Unifap estão paralisadas desde março, por conta da pandemia de covid-19, o Conselho Superior da Unifap (CONSU) tem que deliberar autorização desse retorno e era essa a pauta que os estudantes tinham.
Acadêmicos disseram estarem sendo bloqueados nos canais oficiais da instituição
“Pensamos nessa manifestação virtual para encher as publicações recentes da página do instagram da Unifap oficial com manifestações dos alunos que se sentiram prejudicados e com toda a comunidade acadêmica, na verdade, porque vai além dos cursos da saúde, tem outras pautas também. Os centros acadêmicos, as atléticas, estudantes no geral, estão postando, marcando o perfil do DCE, e isso não vai acabar hoje, vamos até receber uma resposta da reitoria”, declarou William de Almeida, do DCE.
Unifap
Em nota, a Assessoria Especial da Reitoria (ASSESP) informou que, por questões de planejamento com os setores envolvidos, a reunião está marcada para o dia 10 de setembro, às 10h, via remota, com representantes do DCE, conforme memorando eletrônico 97/2020. O encontro virtual tratará da “possibilidade de retorno aos campos práticos de estágio em caráter excepcional”, com participação do respectivo departamento responsável pelo estágio, vinculado à Pró Reitoria de Ensino de Graduação (Prograd).
