Rato d’água admite roubo, mas nega latrocínio no Pará

Segundo a Polícia Civil, crimes iniciaram com roubo de uma lancha em Santana, a 17 km de Macapá.
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Por OLHO DE BOTO

Um homem acusado de ser um dos ratos d’água – assaltantes que agem em rios da Amazônia – que roubaram uma lancha no Amapá e depois usaram a embarcação para cometer um latrocínio no estado vizinho do Pará se entregou à polícia depois três meses foragido.

Rosivan Sena Rodrigues, conhecido como Marajó, de 27 anos, foi apresentado pelo seu advogado Charlles Bordalo à delegada Luíza Maia, na 2ª Delegacia de Polícia Civil de Santana, a 17 km de Macapá, nesta quarta-feira (9). O investigado estava com mandado de prisão.

Ele é apontado pelas investigações como sendo um dos dois criminosos que, fortemente armados, renderam o dono de uma lancha azul e levaram a embarcação, no dia 15 de maio deste ano, no bairro costeiro do Elesbão, em Santana.

Advogado Charlles Bordalo apresentou seu cliente à delegada Luíza Maia, na 2ª Delegacia de Polícia Civil de Santana. Foto: Olho de Boto/SN

Segundo a delegada, Marajó confirmou envolvimento no roubo da lancha, mas negou participação no latrocínio em Gurupá (PA), ocorrido três dias depois, em 18 de maio, no qual a lancha roubada em Santana teria sido usada por ratos d’água para atacar uma balsa na região costeira da cidade paraense.

Na ação criminosa, um dos vigilantes da balsa foi morto em confronto com os bandidos. Outro envolvido no ataque à balsa está preso em Gurupá. Ele é José Ronilson de Jesus, o Macapá, de 26 anos, que foi preso pela Polícia Rodoviária Federal na cidade de Castanhal (PA), a 68 km de Belém, no dia 3 de agosto, com mandado de prisão pedido pela 2ª DP de Santana.

“Macapá roubou uma lancha aqui em Santana no dia 15 de maio e três dias depois a utilizou para abordar uma balsa da Reicon, no município de Gurupá, onde matou um dos vigilantes. É um rato d’água, um latrocida. Conseguiu fugir, mas trabalhamos em conjunto e ele foi preso. E hoje o seu comparsa, o Marajó, foi apresentado pelo seu advogado. Ele nega, mas temos que esclarecer até onde o Marajó está envolvido nos dois crimes. Os delegados de Gurupá estão investigando se tem envolvimento no latrocínio da balsa”, explicou a delegada Luíza Maia.

Outro comparsa: José Ronilson de Jesus, o Macapá, de 26 anos, está preso no Pará

O advogado de Marajó disse que o cliente está disposto a colaborar com as investigações e ajudar esclarecer a sequência dos fatos desde o roubo da lancha.

“O meu cliente vai dizer quem são as pessoas envolvidas, delimitando a participação de cada um. E quanto ao processo, o meu cliente vai ter a oportunidade de se defender à Justiça. Sobre o latrocínio, o meu cliente tem provas de que não participou, porque no dia do crime estava em Macapá, e, inclusive, a lancha roubada no Elesbão não é a mesma usada em Gurupá, meu cliente tem provas disto”, afirmou Bordalo.

A lancha levada no roubo do Elesbão foi recuperada pela 2ª DP, escondida em um terreno no Rio Matapi, próximo à Santana, e entregue à vítima.

Seles Nafes
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