Por OLHO DE BOTO
Um estudante da Universidade Federal do Amapá (Unifap), identificado como Malone Ferreira Pena, de 22 anos, foi encontrado morto dentro de uma área de mata pertencente a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), localizada nos arredores do Bairro Infraero I, na zona norte de Macapá.
Uma moradora, que pediu para não ser identificada, disse que o jovem atualmente ganhava dinheiro limpando quintais e que sempre era visto na companhia de um usuário de drogas conhecido como Dorme Sujo, o mesmo que teria achado o corpo.
O pai da vítima, Lauro Santos Pena, foi quem reconheceu o corpo, que estava com uma perfuração um pouco abaixo da nuca e com o olho direito perfurado, jogado em meio a várias latas vazias de cola de sapateiro, produto também usado por viciados em drogas.
Em entrevista ao Portal SelesNafes.Com, Lauro relatou que o filho era acadêmico do Curso de Direito, ex-estagiário da Justiça Federal, tinha a expectativa de uma carreira promissora, mas a dependência química pôs tudo a perder. Segundo ele, Malone se isolou da família e passou a morar na mata, mesmo local onde o corpo foi encontrado.
Pai e filho se falaram pela última vez na terça-feira (22), em casa, no Bairro Jardim Felicidade I, também na zona norte da capital.
“Falei com ele ontem de manhã, antes de sair pra trabalhar, pro interior. Dei dez reais para ele ir no Banco receber um dinheiro R$ 400 e voltar porque ia dormir lá em casa. Ele estava com essa mesma roupa. Apesar de ser uma pessoa muito fechada, tinha tudo pra vencer na vida, mas perdeu para as drogas”, lamentou Lauro Pena.
A Polícia Civil esteve no local do crime, ouviu moradores, e agora segue nas investigações para tentar elucidar o homicídio. Por enquanto, a principal hipótese para motivação pode estar relacionada com o uso de drogas. Até o momento desta publicação, ninguém havia sido preso.
De acordo com o pai, Malone cursava o 6º semestre de Direito, mas parou os estudos por conta da pandemia, período em que se acentuou a dependência química. Filho de pais separados, ele teria começado a usar drogas aos 18 anos, sempre com incidência na chamada ‘cola de sapateiro’.