Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Um grupo de dezenas de batedores de açaí de Macapá anunciou nesta segunda-feira (26) que vai iniciar um movimento visando baixar o preço do produto, tanto o valor da saca que compram dos atravessadores, quanto o que chega ao consumidor final.
Para isso, eles não descartam uma greve, uma paralisação em que fechem as portas para pressionar o preço do produto para baixo. A decisão foi tomada numa assembleia que fizeram em frente à Casa do Artesão, no Centro de Macapá, no fim da tarde.
Atualmente, o açaí está chegando ao consumidor em preços que variam entre R$ 15 e R$ 20. A saca do produto, por sua vez, está custando R$ 280 e R$ 290,00. Os culpados, apontam os batedores, são dois: a natureza, por causa da entressafra amazônica e a ganância dos atravessadores.
É sobre este segundo ponto que os empreendedores querem atuar. Eles irão iniciar um movimento, primeiramente, na Rampa do Santa Inês, na orla de Macapá, onde irão buscar adesão de mais batedores. A ideia é não comprar o produto até o preço baixar.
“Sabemos que em Belém o preço da saca está R$ 210, e pra gente está chegando muito mais caro, e, além disso, um açaí de péssima qualidade. O açaí movimenta uma parte significativa da economia da cidade, hoje somos mais de 5 mil batedores só em Macapá”, declarou Antônio Alves dos Santos, presidente da Associação de Batedores de Açaí de Macapá (Assbam).
Conscientização, Ministério Público e greve
Além da pressão sobre os atravessadores, eles também querem conscientizar a população consumidora diária do açaí. Por isto, fazem um apelo e uma aposta.
“Se o cliente se negar a comprar por dois ou três dias, eles vão ter que baixar o preço. Nós não estamos fazendo isso apenas por nós, as pessoas são os nossos clientes e o consumidor merece respeito. Estamos clamando para que o Ministério Público, da parte de defesa do consumidor e o Procon também entrem nessa briga”, desabafou Antônio.
Sobre a greve, foram unânimes: se nada mudar e conseguirem adesão maior da categoria, pretendem paralisar as atividades por alguns dias até que os atravessadores baixem o preço para patamares razoáveis, sem a especulação que denunciam estar ocorrendo.
Contato
O presidente da Assbam pede que mais batedores se unam ao movimento. Para tanto, basta entrar em contato com Antônio Alves, através do número (96) 9-9113-1581 (Whatsapp).