MP pede arquivamento de inquérito contra casal agredido durante abordagem

Caso ocorreu no Bairro São José no dia 18 de setembro e ganhou grande repercussão
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Por SELES NAFES

O Ministério Público do Estado pediu o arquivamento do inquérito que apurou os crimes de desacato e resistência envolvendo uma pedagoga e o marido dela durante uma abordagem policial em Macapá, no mês passado. Vídeos gravados por testemunhas e pela própria acusada de desacato esclareceram os fatos e mudaram o rumo da história.

A abordagem feita pela Polícia Militar ocorreu no dia 18 de setembro, no Bairro São José, por volta das 22h. Policiais suspeitaram de um Renault Kiwd onde estavam os acusados e pararam o veículo.

Durante a averiguação houve confusão. O casal Eliane do Espírito Santos e Tiago Costa foram presos e autuados por desacato e resistência à prisão.

No entanto, os vídeos gravados por ela e por testemunharas, divulgados em grupos de WhatsApp e pela imprensa, demonstraram que o marido foi agredido com um soco quando estava imobilizado e a esposa também quando filmava a abordagem.

A PM afastou os policiais e abriu sindicância. Dois dias depois, diante da revelação dos vídeos, o delegado que atendeu a ocorrência chamou os acusados e devolveu o dinheiro da fiança.

Eliane teve o dinheiro devolvido e não será processada. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN

Para o MP, não há como processar Eliane e o marido.

“Ocorre que não há indícios de materialidade delitiva suficientes para se desencadear o ajuizamento de ação penal, na medida que em análise dos vídeos mencionados nos autos inexistem quaisquer detalhes que permitissem concluir pela verossimilhança mínima do que foi alegado”, concluiu a promotora Lindalva Gomes Jardina, que assina o pedido de arquivamento.

“Com efeito, a ação penal só poderá ser validamente exercida quando houver elementos probatórios mínimos que apontem os indícios de autoria, da materialidade e as circunstâncias em que o fato imputado ocorreu. Sem esses elementos a persecução penal carece de justa causa”, concluiu.

A PM ainda não divulgou o resultado da apuração feita na corregedoria da corporação.

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