O horror da fome, de volta

Garoto leva comida doada para casa na periferia de Macapá. Segundo o IBGE, 16 milhões de brasileiros passarão a viver na linha da pobreza
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Por ARTEMIS ZAMIS, empresário e articulista

As vidas perdidas em consequência da pandemia da covid-19 no mundo, ultrapassa a marca de 1 milhão. No Brasil, já são mais de 150 mil vidas que se foram, nos colocando em segundo no mundo em mortes, atrás dos Estados Unidos da América de Donald Trump.

Nenhum país se prepara para uma pandemia e suas consequências, que é claro, são sempre as mais devastadoras que se possa imaginar. Fome, miséria, desemprego, caos na saúde, crises econômicas, crises de mercado, de educação e desestrutura familiar.

Se os países ricos sofrem, imagine àqueles que dependem do resto do mundo para sobreviver e lutar por seu desenvolvimento, como é o caso de nosso pobre Brasil, que hoje amarga os piores números econômicos, mergulhado em uma das piores recessões das 10 que já tivemos.

Nossa economia encolheu 9,7% no segundo trimestre de 2020, uma das quedas mais abruptas de todas as já conhecidas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em sua pesquisa divulgada em setembro de 2020.

Com a crise e a malfazeja e atrapalhada política social do governo, principalmente com o fim do pagamento do auxilio emergencial em dezembro, 1/3 da população brasileira deverá ser considerada em estado de pobreza ainda em 2020, segundo estudos do pesquisador Marcelo Neri, ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo Dilma e da FGV.

Desafio: comer duas vezes ao dia

Nas grandes cidades, moradores de rua estão mais numerosos, visivelmente

Serão aproximadamente mais 16 milhões de brasileiros que passarão a viver na pobreza, ampliando de 23,6% para 31% o contingente de novos pobres, cerca de 66,2 milhões da população que equivale à metade da Venezuela.

Um cenário triste e devastador. Isso já é perceptível quando vemos as ruas das grandes cidades serem invadidas por um número cada vez maior de moradores de rua. Pessoas que até pouco tempo tinham emprego e renda e agora se veem abandonadas e sem perspectiva alguma de voltarem a comer ao menos 2 vezes ao dia.

A fome já é uma realidade em nossos dias.

As previsões para 2021 não são muito animadoras e a inconsistência nos projetos sociais do governo tem corpo e forma eleitoreira e não propriamente de socorro a quem precisa. Não é razoável que famílias tenham renda zero e sejam condenadas ao tormento da fome e da miséria como no passado, enquanto bilionários crescem no mundo durante a pandemia em mais de US$ 10 trilhões, na sua maioria, por investimentos no mercado acionário.

Foto: Thiago Fogolin

Demos o maior salto na história ao sermos tirados do mapa da fome em 2014 pela primeira vez, conforme estudos da Organização das Nações Unidas (ONU) daquele ano, implantando programas como o Fome Zero, Bolsa Família e Programa de Aquisição de Alimentos. Foi uma vitória sem precedentes de todo um povo e de honroso exemplo do Brasil ao mundo. Foi o que disse a ONU.

Há de se ter não só esperança, mas mobilização para cobrar atitudes das autoridades constituídas no sentido de que possam implementar o mais rápido possível, programas e medidas de combate a esse triste flagelo que nos ronda e que assusta. A hora é de mudanças significativas e urgentes, pois a fome não espera, ela dói, machuca e tira a dignidade humana.

Um país sem miséria pode ser advindo de uma democracia forte e de governantes comprometidos com o povo e com as leis. Se isso não ocorre, a mudança é feita ou nas ruas ou nas urnas.

O Brasil precisa, reúne condições e deve ser mudado pra melhor.

Pense nisso!

Seles Nafes
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