Por OLHO DE BOTO
A Polícia Civil faz diligências em busca de provas que possam ajudar na elucidação da morte do dono de uma sucataria que foi morto a tiros dentro do seu empreendimento, na tarde de sexta-feira (23), na Rodovia do Curiaú, nas imediações do Bairro Sol Nascente, na zona norte de Macapá.
A vítima, Eronilse Gomes Arruda, de 60 anos, foi assassinada com disparos que atingiram uma das mãos, o tórax e os ombros. Ele trabalhava comprando sucatas de veículos velhos para retirar peças, recuperá-las e revendê-las.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Crimes Contra a Pessoa (Decipe). Por enquanto, os investigadores sabem apenas o que foi relatado por um funcionário da vítima, que estava no local e disse à polícia que estava no banheiro no momento dos tiros.
“Essa testemunha contou que quando saiu do banheiro encontrou a vítima caída e ensanguentada, então tirou as roupas dela para usar nos ferimentos, com intenção de estancar os sangramentos”, contou o delegado César Ávila, da Decipe.
A testemunha, um homem de 47 anos, foi levada à delegacia para prestar esclarecimento depois que a polícia descobriu que ele havia tirado da cena do crime e guardado em sua casa a quantia de mais de R$ 10 mil, que estavam com a vítima no momento do crime.
De acordo com o delegado, a polícia descobriu sobre o dinheiro através de um conhecido de Eronilse, que revelou que recentemente o patrão havia negociado um lote de sucata com o empregado que estava no local no momento do crime.
O funcionário, então, passou de testemunha a suspeito e foi levado à delegacia. Lá, segundo o delegado Ávila, ele alegou que no momento em que encontrou o sucateiro baleado, o patrão repassou-lhe o dinheiro antes de morrer, pedido para guardá-lo.
O ajudante do sucateiro confirmou que havia comprado um lote do patrão recentemente e que parte dos mais de R$ 10 mil que guardou em sua casa após o crime era exatamente desta negociação. O pagamento teria sido feito pelo funcionário a Eronilse cerca de uma hora antes do crime.
“Estranhamos o fato de, ao invés de entregar o dinheiro para a família da vítima, ele [o funcionário] foi para casa guardar e só depois avisou aos familiares”, questionou o delegado.
Após depoimento, a testemunha – que virou suspeito – foi liberada. A polícia agora aguarda o resultado do exame residuográfico feito no funcionário para saber se ele tem envolvimento no crime.
Até o fechamento da reportagem, a autoria do crime e a motivação ainda eram desconhecidas.