Mesmo depois do presidente Bolsonaro desautorizar o ministro Pazuello a comprar de 46 milhões de doses de uma vacina chinesa contra o novo coronavírus, a frente formada pelo senador amapaense Randolfe (REDE), o governador de São Paulo, Dória, e outros parlamentares, não desistiu liberação do imunizante.
A vacina Coronavac, que chegou a ser anunciada pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (20) está produzida pelo paulista Instituto Butantan e pelo gigante da indústria farmacêutica, o laboratório chinês SinoVac.
Nesta quarta-feira (21), Randolfe cumpriu agenda na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília. Ele e Dória tentam apoio do governo federal para a produção e distribuição em massa da vacina para todo o Brasil, incluindo o Amapá como prioridade. A comitiva também estava sendo acompanhada pelo presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.
A maior preocupação é garantir o registro pela Anvisa. Assim, será possível iniciar a produção e distribuição do imunizante.
A comitiva de parlamentares e o governador João Dória foram até a sede da agência para saber os prazos para a autorização da produção do imunizante. Na sede do órgão, eles foram recebidos pelo diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra.
Randolfe disse aos jornalistas que se o registro for liberado e mesmo em caso de negativa de Bolsonaro em comprar as vacinas, o governo de São Paulo se encarregará de comprar e fazer a distribuição da Coronavac aos estados interessados em se consorciar com o governo paulista.
“É inaceitável qualquer tentativa de politizar uma circunstância como esta. A vacina, além da vida e libertação, nos deixará livres do uso da máscara. Poderemos nos abraçar novamente. Se reencontrar novamente”, comentou o senador.
Até agora, dez mil pessoas já foram submetidas ao teste de eficiência da vacina CoronaVac. A Anvisa acompanha o procedimento.
“Após reunião, saímos ainda mais confiantes e esperançosos com a capacidade técnica e científica da Anvisa, que é a bastiã da esperança dos brasileiros na aprovação da vacina do Butantan e também das outras vacinas contra a Covid-19 que estão em testes no Brasil”, avaliou o encontro o governador de São Paulo.
O Butantan está credenciado para distribuir a CoronaVac para toda a América Latina. O Instituto tem tradição nesse processo e é responsável por 75% de todo o Programa Nacional de Imunização e de 100% das vacinas contra a gripe no Brasil.
De acordo com Covas, a previsão é que o registro da CoronaVac deva sair até o fim do ano.