‘Sem asfalto, sem voto’, avisam moradores ao fechar Duca Serra

Manifestação ocorreu nesta sexta-feira (2), próximo da entrada da Comunidade do Goiabal, que reivindica a pavimentação das vias do bairro, na zona oeste de Macapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

A sexagenária Domingas Ramos é de uma família que há mais de 200 anos habita Macapá. Ela faz parte de um grupo de moradores da comunidade quilombola Lagoa dos Índios e do bairro Goiabal, na zona oeste de Macapá, que protestou nesta sexta-feira (2) contra as péssimas condições das vias e de iluminação pública.

Protesto paralisou parcialmente o trânsito do local durante toda a manhã. Fotos: Rodrigo Índio/SN

A manifestação, que ocorreu na Rodovia Duca Serra desde às 8h, principal via de acesso ao ramal do Goiabal, paralisou parcialmente o trânsito do local durante toda a manhã. Domingas detalha, que no inverno a lama domina a região, e no verão, as poças de água dão lugar aos buracos e à poeira.

Domingas Ramos coloca a camisa no rosto pra andar na rua por causa da poeira

“No verão, coloco a camisa no rosto pra andar na rua, porque é muita poeira e no inverno sacola nos pés. Nas nossas casas, a gente não tem sossego, tem que limpar toda hora. Desde quando me entendo por gente, ninguém olha pra cá. Já perdi as contas de quantas vezes já viemos para cá protestar e nada fazem, é uma falta de respeito”, indignou-se.

Líder comunitário da Lagoa dos Índios, Marlon Ramos da Silva, 39 anos, destacou que o ato pacífico não tem cunho político algum. O vigilante detalha que busca um diálogo com os representantes das pastas para ter um solução dos problemas.

Líder comunitário da Lagoa dos Índios, Marlon Ramos da Silva: “A comunidade está pronta pro tudo ou nada, já chega de ficar calada, queremos solução”

“Todo tempo dizem que vão começar nosso trabalho e sempre passa ano e nada, a enganação continua. Soubemos que existe R$ 2 milhões de emenda do senador Lucas para o asfaltamento, mas nada do projeto. A comunidade está pronta pro tudo ou nada, já chega de ficar calada, queremos solução”, ponderou Marlon Ramos.

A professora de Educação Física, Daniele Silva, disse que o risco de acidentes durante a noite nas vias da comunidade é intensa, por causa da falta de iluminação pública. Ela teme o pior.

Daniele Silva destacou os perigos de andar à noite pelo local na escuridão

“A energia aqui é precária, a que tem, vai e volta. Já perdemos muitos eletrodomésticos por conta disso. De noite, quem não tem transporte público, anda na estrada, mas conta com a sorte porque é escuro e os motoristas não veem quem caminha, já que são encobertos pela poeira, que prejudica a saúde de muitos. É triste a situação, será que só vão fazer se ocorrer algo grave?”, questionou.

O protesto foi…

… pacífico, apesar da indignação dos moradores

Procurada pela reportagem, a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) informou que o caso é de responsabilidade da Prefeitura de Macapá. Por sua vez, o município, através da Secretaria Municipal de Iluminação Pública informou que as equipes de manutenção já estão no bairro.

Detalhou ainda, que na avenida principal, as lâmpadas queimadas e outros serviços já foram efetuados. Quanto ao restante das vias, até a segunda quinzena deste mês deverão receber os serviços.

No verão, a lama do inverno dá lugar à poeira

A manifestação…

… paralisou parcialmente o trânsito…

… que foi organizado pelo BPRE

O portal SelesNafes.Com também entrou em contato com o gestor da Secretaria de Estado de Transporte (Setrap), Benedito Conceição, mas até esta publicação ele não se posicionou sobre o assunto.

Os manifestantes prometem novas paralisações no tráfego da Duca Serra caso o problema não seja sanado.

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